Tese defendida na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) demonstrou a relação entre distribuição da gordura corporal e resistência à insulina em adolescentes obesos. Dos participantes, 57,1% apresentaram o distúrbio. Isso porque, explicam os especialistas, o excesso de peso interfere no metabolismo e aumenta as chances de desordens como a resistência à insulina, que pode elevar o risco de doenças crônicas.
A principal autora do estudo, a professora adjunta de Nutrição da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luana Caroline dos Santos, alerta para a atenção à obesidade abdominal durante a adolescência. "Os resultados obtidos reforçam a importância do controle de peso para a saúde dos adolescentes tendo em vista as complicações metabólicas apresentadas e o aumento no risco de doenças e agravos não transmissíveis, como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares", enfatiza.
De acordo com Lígia Martini, orientadora da pesquisa, quanto mais precocemente for verificado, mais fácil o problema pode ser tratado. “O tratamento envolve mudança de modos de vida, incluindo a prática de atividade física e a adoção de dieta equilibrada para redução e controle do peso. Em alguns casos, pode ser necessária a inserção concomitante de terapia medicamentosa", finaliza.