Por Claudia Safatle | De Brasília
Está praticamente fechada a proposta do Ministério da Fazenda e do Banco Central para mudar a remuneração dos depósitos em cadernetas de poupança, providência que se torna urgente com o próximo corte da taxa básica de juros (Selic). Pela proposta, os estoques de poupança já existentes permaneceriam com os critérios de rentabilidade inalterados – a variação da taxa referencial (TR) mais 0,5%, o que perfaz 6,17% ao ano. A nova regra, que deve atrelar a poupança a um percentual da taxa Selic, só será aplicada para os novos depósitos.
Se o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzir a Selic para 10% ao ano na reunião da semana que vem, a competitividade dos fundos de investimentos diante da poupança começa a ficar comprometida. Supondo que os fundos cobram 2% de taxa de administração e o Imposto de Renda – do qual a poupança é isenta – subtrai outros 1,8% da rentabilidade, sua remuneração líquida já cairia para 6,2% ao ano, praticamente a mesma das cadernetas.
Como esse é um tema de grande apelo político – afinal a caderneta é o investimento mais estável e da preferência do pequeno aplicador – aguarda-se da presidente Dilma Rousseff o momento adequado para enviar a proposta de mudança da lei ao Congresso.