Reclamações contra bancos sobem 14% em fevereiro, aponta BC

Por Murilo Rodrigues Alves | Valor

 BRASÍLIA – O número de reclamações contra bancos avançou 14,3% em fevereiro, segundo dados disponibilizados pelo Banco Central (BC). Foram constatadas 1.777 reclamações procedentes no mês passado, ante 1.555 do primeiro mês do ano, no maior número de queixas absolutas desde maio de 2009.

De acordo com o levantamento mensal, as principais reclamações referem-se a débitos não autorizados (365), seguidas por esclarecimentos incompletos ou incorretos (225). Do total, 199 correspondem a queixas dos clientes sobre cobranças irregulares de serviços não contratados.

O Santander liderou o ranking de reclamações contra bancos com mais de um milhão de clientes, posição que não ocupava desde novembro de 2011. Na lista aparecem, em seguida, Banco do Brasil, HSBC, Itaú Unibanco e Bradesco. Desde novembro do ano passado, o Banrisul ocupava a liderança do ranking.

O critério utilizado pelo BC é o número absoluto de reclamações ponderado pelo número de clientes protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) multiplicado por 100.000. Com isso, chega-se a um índice.

No mês passado, o Santander teve 456 reclamações procedentes. O banco tem 23 milhões de clientes protegidos pelo FGC, o que faz com que seu índice tenha sido de 1,97. O BB, que aparece em segundo no ranking, ficou com índice de 1,07. HSBC (0,79), Itaú (0,65) e Bradesco (0,47) contemplam o topo da lista das instituições que tiveram mais reclamações em fevereiro.

Para calcular o índice, o BC só leva em conta as demandas procedentes – aquelas nas quais se constatou que a instituição descumpriu normativos do Conselho Monetário Nacional (CMN) ou do BC. A autoridade supervisora chega a computar entre as queixas aquelas improcedentes, isto é, que não correspondem a descumprimento dos normativos e também outros tipos de reclamações, mas não as inclui no indicador.

Entre os bancos com menos de um milhão de clientes, o Bonsucesso é o que mais obteve queixas em fevereiro em relação ao número de clientes protegidos pelo FGC (91). Em seguida, na ordem, aparecem BMG (148), Intermedium (22), Panamericano (13) e J. Malucelli (5).

Em relação às administradoras de consórcios, foram computadas 18 queixas em fevereiro, ante 26 no mês anterior. A principal delas refere-se à liberação de crédito.

Na sexta-feira, o CMN aprovou resolução que obriga os bancos a oferecer mais três pacotes padronizados de tarifas, além do gratuito que a regulamentação já exigia. As normas foram divulgadas no âmbito do Plano Nacional de Consumo e Cidadania e, segundo o BC, têm por objetivo aumentar a transparência nos serviços bancários e a competitividade entre as instituições.

20/03/2013
- VALOR
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