Patagonia deve ser vendido a investidor estratégico

Patagonia deve ser vendido a investidor estratégico

 Banco do Brasil (BB) busca a venda do banco argentino Patagonia preferencialmente para um investidor estratégico, em um processo coordenado pelo J.P. Morgan, de acordo com duas fontes a par do assunto. A avaliação é que essa seria a melhor forma de o banco se desfazer de toda a participação na instituição argentina. O BB detém 58,97% do Patagonia desde 2010.

 

Não está descartada, porém, a possibilidade de o banco vender a participação por meio de uma oferta de ações, caso não prospere o processo de alienação para uma outra instituição financeira. Além do BB, outros dois acionistas relevantes do Patagonia são Jorge Guillermo Stuart Milne e Ricardo Alberto Stuart Milne, que possuem uma fatia de 9,03% cada. As ações em circulação no mercado representam 16,45%.

 

No dia 15 de março, o Banco Patagonia divulgou um fato relevante em resposta a notícia do jornal "El Cronista" segundo a qual os bancos Macro, Galicia y Buenos Aires e BBVA haviam entregado propostas não vinculantes de aquisição. No documento, a instituição financeira argentina disse que "não existem acordos nem negociações entre o Banco Patagonia e quaisquer das entidades mencionadas". O banco também lembrou que, em agosto do ano passado, o BB divulgou que estudava a possibilidade de talvez fazer uma oferta de ações do Patagonia.

 

O presidente do BB, Paulo Caffarelli, reafirmou ontem a intenção de fazer uma oferta de ações da instituição. O executivo disse que o banco está fazendo um trabalho de adequação de capital e que não considera nenhuma venda de ativos que fazem parte do negócio principal ("core business") do banco.

 

Ainda segundo Caffarelli, o BB não conta com nenhum tipo de aporte do Tesouro. "Tem alguns ativos que não fazem parte do ´core business´ do banco e que, se forem vendidos, vão reforçar ainda mais esse capital", afirma. Entre esses ativos, ele cita a participação na Kepler Weber, cuja venda foi anunciada em fevereiro, e na Neoenergia, que, segundo ele, pode no futuro ter uma "oportunidade que possa valer a pena". "Não estamos muito preocupados. Só se tiver boas oportunidades", disse.

 

O banco resiste em vender ativos ligados ao principal negócio do banco porque, à medida que a receita migra do crédito para serviços, seria como vender "fluxo de caixa futuro", segundo Caffarelli. "É o que fizemos com a BB Seguridade, mas isso sacrifica muito a estrutura de resultado", disse. "A gente não pretende neste momento vender cartão de crédito nem a DTVM [área de gestão de fundos de investimento] porque isso não agregaria nada no futuro", disse.

03/04/2017
- VALOR ECONÔMICO -SP
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