O novo aposentado

A imagem de um aposentado com idade avançada, gastando o tempo em frente a uma televisão e de pijama pela casa é algo que cada vez mais fica no passado. O aumento da expectativa de vida somado às conquistas e ao avanço da medicina faz com que os brasileiros se aposentem mais jovens e com muita disposição.

Preparação garante aposentadoria com qualidade de vida

Para a psicóloga Tânia Papas, do Distrito Federal, tanto a literatura quanto a prática apontam que o ideal para fazer do momento da aposentadoria uma etapa prazerosa é realizar uma preparação.

“Não basta ter sonhos distantes. É preciso que o profissional, antes de se aposentar, se organize. É fundamental pensar nas finanças, conversar com a família sobre o novo momento que está por vir. É preciso pesquisar sobre cursos e atividades que poderá fazer e que anteriormente não tinha tempo devido aos compromissos profissionais. A aposentadoria tem tudo para ser um momento proveitoso, mas é imprescindível uma preparação”, recomenda Tânia.

A funcionária do Banco do Brasil (BB) Vera Pedrosa é um bom exemplo de como a organização para a nova etapa ajuda. Ela está há aproximadamente três anos pensando sobre o assunto e, agora, está convencida de que o momento chegou.

“Vivo a fase da expectativa, mas estou animada e segura. Quero realizar muitas atividades que não realizo hoje por falta de tempo, como estudar francês e aumentar o tempo dedicado às atividades físicas. Inconscientemente, acho que eu tinha medo da aposentadoria, mas esse tempo que me dei para ir pensando, reestruturando as finanças e me adaptando para a nova fase me fez muito bem”, comenta Vera.

Já Vera Lucia de Aguiar Kelly, aposentada pelo BB em janeiro desse ano, diz que sempre teve uma visão otimista sobre o momento da aposentadoria. Ela está no mestrado e aberta a convites para dar aula. “Aquela visão de que sair da ativa era o fim não cabe mais. Hoje, nos aposentamos e seguimos atuantes na sociedade. O que vejo muito é o aposentado sendo o cabeça da família, muitas vezes o provedor, e trabalhando em outras atividades. A visão do aposentado parado mudou”, afirma Vera Lucia.

Investimento em saúde e finanças

O fisioterapeuta Otavio Furtado comenta que de cinco anos para cá percebe a mudança de comportamento e de perfil de seus pacientes. “Antes os pacientes da terceira idade chegavam à clínica por recomendação médica, quando o problema já estava presente. De uns anos para cá percebo que as pessoas chegam buscando atividades como Reeducação Postural Global (RPG) e Pilates como ações preventivas. Elas aproveitam o tempo para cuidarem da saúde”, diz Furtado.

As impressões de Furtado vão ao encontro do que pensa Vera Lucia. “Estamos mais informados, preocupados com as doenças da cidade grande e dando mais atenção à saúde, tanto antes quanto depois de nos aposentarmos”, afirma.

O especialista em educação financeira Antonio De Julio, da MoneyFit, alerta que manter o padrão de vida de antes de aposentado é difícil, ainda mais com os juros em queda no país. “É essencial, por exemplo, contar com uma previdência complementar, pois o INSS tem um teto que limita a renda do aposentado”, alerta.

De Julio diz que tem visto as pessoas acharem que a previdência social dará conta do recado, e para ele esse pensamento é motivo de preocupação. “Alguns fazem uma segunda previdência, mas nem sempre sabem exatamente o que estão fazendo, o quanto precisam colocar por mês”, detalha.

Estudar, planejar e se preparar é o caminho para uma aposentadoria saudável sob a ótica da saúde física, emocional e financeira.

“Há, de fato, uma perda financeira. Se você somar participação de lucros, auxílios e outros benefícios fica notório, mas fazendo uma preparação financeira é possível se reestruturar. Agora, com minha filha já independente financeiramente, fico mais tranquila também. Eu estou organizada e otimista”, relata Vera Pedrosa.

 

 

 

23/11/2011
- InfPREVI
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