Investidor pode ter de rever rentabilidade de aplicação em renda fixa após corte da Selic feito pelo Banco Central
No Tesouro Direto, títulos atrelados à inflação ganham força; Bovespa também se beneficia da queda
GIULIANA VALLONE DE SÃO PAULO
A decisão do Banco Central de cortar os juros em 0,5 ponto percentual na semana passada não apenas surpreendeu analistas, como causou uma mudança de cenário para os investimentos.
Até a reunião da última quarta-feira, a maioria esperava manutenção na Selic até o final de 2011 -ou seja, os cortes viriam apenas no ano que vem. Agora, com a redução, muitos investidores que apostavam nos juros altos terão que rever suas aplicações.
Quem investe em fundos DI, por exemplo, que seguem diretamente a taxa básica de juros do governo, terá de prestar mais atenção às taxas de administração para checar se a rentabilidade ainda vale a pena, na comparação com a poupança. Outra aplicação que terá de ser melhor avaliada são os CDBs, também vinculados à taxa Selic, agora em 12%.
No Tesouro Direto, os títulos prefixados, que aproveitam os juros no patamar atual, podem ajudar o investidor a manter os ganhos mesmo com as novas reduções que podem ser anunciadas nos próximos meses. Os pós-fixados perdem atratividade e devem ter espaço reduzido nas compras.
Além disso, surge um novo protagonista entre os títulos públicos: os papéis vinculados aos índices de inflação. Isso porque, diferentemente do que sinalizou o BC, o mercado não acredita em um arrefecimento do ritmo de alta de preços neste momento.
BOVESPA Para a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), a queda nos juros tem efeito positivo, segundo participantes do mercado. Para Paulo Levy, diretor da Icap Corretora, a curva de juros em baixa atrai mais investidores para a Bolsa. "A grande concorrente da Bovespa hoje são os juros altos", diz. 05/09
|