Fundos de Pensão

Fundos de Pensão

 

 

JULIANA ROCHA
 DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
 
  Os fundos de pensão brasileiros já perderam R$ 26 bilhões neste ano por causa da desvalorização do mercado financeiro, puxada pelo agravamento da crise financeira internacional. Segundo a Abrapp (Associação Brasileira de Entidades Fechadas de Previdência Privada), as aplicações dos fundos renderam no primeiro semestre abaixo da meta atuarial do ano. É a primeira vez em cinco anos que as carteiras dos fundos de pensão rendem menos que o definido pelo governo.
  O índice estipulado pelo governo para a rentabilidade dos fundos de pensão equivale à inflação medida pelo INPC mais 6%. Mas os fundos podem perseguir rentabilidade maior para suas carteiras. Eles apenas não podem definir uma meta maior em estatuto porque o governo entende que são instituições que buscam investimentos de longo prazo e baixo risco.
  Um balanço feito pela Abrapp mostrou que a rentabilidade média das carteiras dos fundos foi de 4,71% no primeiro semestre -abaixo dos 7,35% estipulados para este ano. Segundo o presidente da entidade, José de Souza Mendonça, a meta atuarial era de 11,47% em 2007. E a rentabilidade média dos fundos foi de 25,88%, quando as instituições tiveram superávit de R$ 77 bilhões.
  Apesar da perda dos fundos este ano com o mercado financeiro, o presidente da Abrapp afirma que 
a crise não é preocupante para os fundos de pensão. Ele lembra que os investimentos destas instituições são de longo prazo e a maioria dos fundos brasileiros vão maturar, ou seja, pagar mais benefícios do que receber, em uma ou duas décadas.
  "A queda na Bolsa de Valores não nos preocupa. Temos uma fotografia de agora que fica muito feia, com essa perda de R$ 26 bilhões. Mas isso foi compensado com os ganhos dos anos anteriores", afirmou Mendonça à Folha.
  Ele lembra que as perdas no mercado financeiro contabilizadas pela instituição são apenas com investimentos em ações, as chamadas marcações a mercado.
Isso não inclui as empresas em que os fundos tem participação majoritária ou direito a voto no conselho de administração. "A aplicação de recursos dos fundos de pensão não são exploratórias. Nossas aplicações em Bolsa são de longo prazo."  Do total de recursos dos fundos de pensão, 37% estão aplicados em ações. Esse número é relativamente alto porque inclui a Previ (Fundo de Pensão dos Funcionários do Banco do Brasil), o maior investidor institucional do país. Se excluída a Previ, apenas 17% dos recursos dos fundos estão em ações e 20% em títulos do governo.
  Mendonça diz que os investidores de fundos de pensão não precisam se preocupar com a quebradeira dos bancos nos EUA, porque os fundos de pensão brasileiros são proibidos de aplicar recursos no exterior.

                                                    Fonte: Folha de S.Paulo

 

Colaboração do colega Saulo/Anápolis-GO

 

18/09/2008
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