Em busca da felicidade na aposentadoria

 

O envelhecimento deve ser visto como algo natural. Questionamentos são naturais e devem ser superados.

Na aposentadoria, manter a mente ativa é essencial. Isso pode ser a garantia de felicidade por muitos e muitos anos. Especialmente em um contexto de aumento da expectativa de vida no Brasil e no mundo. Segundo o IBGE, dentro de 20 anos o país terá mais de 88 milhões de pessoas acima dos 60 anos. O que representa mais de 40% do total da população brasileira.
 
A especialista em comportamento humano Heloísa Capelas, autora do livro “O Mapa da Felicidade”, afirma que é natural que muitas pessoas se questionem sobre seus próprios valores na sociedade com o passar dos anos. Ela explica que esse tipo de questionamento é alimentado culturalmente, mas é possível mudar esse paradigma.
 
“Algumas dessas pessoas acreditam que estão destinadas a parar de vez, o que pode minar a chance de ser feliz nessa etapa da vida. O primeiro passo que deve ser dado é começar a desenvolver uma nova consciência. Se as regras do mercado de trabalho obrigam a parar, a melhor ideia é aproveitar esse momento para recomeçar de outra forma. E o ideal é afastar-se dos estigmas impostos pela sociedade”, ensina.
 
Segundo Heloísa, a resistência a mudanças é algo problemático, e pode ser um dos grandes empecilhos na busca pela felicidade no momento da aposentadoria. A especialista afirma que as pessoas devem ter consciência de que nunca estarão velhas demais para aprender algo novo – seja por meio de cursos, de viagens ou de outras experiências que podem trazer a felicidade.
 
“Se você se permite arriscar e procura ter a consciência de que é capaz de buscar as novidades, vai conquistar a oportunidade de realizar esses desejos. É preciso fazer algumas perguntas a si mesmo. Poderia estar melhor? O que posso fazer pra tornar a vida melhor? As coisas que faço hoje são sinônimas de felicidade? Ter receptividade e mente aberta, com espírito sereno, leva a pessoa a ter boas ideias, ser mais criativa e a agir com outro ponto de vista”, aponta.
 
O que é felicidade?
 
Para o psicólogo e escritor Alexandre Bez, a felicidade é uma das maiores aspirações da humanidade. Em qualquer fase da vida, inclusive na aposentadoria, ela não deve ser confundida com o prazer – que é perseguido diariamente e é encontrado em pequenas coisas, como um jantar no restaurante preferido, ver um bom filme ou se encontrar com amigos.
 
Segundo Bez, o prazer é uma sensação e não um sentimento. A origem está ligada à realização dos desejos, sejam eles conscientes ou inconscientes. A duração do prazer é muito curta – dura apenas enquanto a ação que o desencadeou está sendo praticada. Ele está ligado à ação da dopamina, uma substância química que controla as sensações ligadas ao desejo. Essa sensação pode ser desencadeada por sustâncias que causam dependência, como álcool e drogas.
 
“Por outro lado, a felicidade é um sentimento duradouro. Mesmo que esteja associada a momentos, ela assenta-se em níveis mais profundos, tendo relação direta com o campo emocional. É mais comum ser encontrada em pessoas que estão de bem com a vida”, explica.

19/05/2015
- PREVI
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