O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta terça-feira a estratégia de vacinação contra a gripe A (H1N1 ou gripe suína). A campanha de imunização será dividida em quatro etapas, começando em 8 de março. O Ministério da Saúde estima vacinar 62 milhões de brasileiros.
O governo vai priorizar trabalhadores da área de saúde envolvidos no atendimento aos pacientes, grávidas, crianças entre seis meses e dois anos de idade, comunidades indígenas e pessoas com doenças crônicas de base. Serão incluídos também adultos saudáveis de 20 a 25 anos. No país, serão 83 milhões de doses. A vacinação será gratuita –segundo os laboratórios GSK e Sanofi, não há previsão de venda na rede privada.
A primeira etapa acontece de 8 a 19 de março e atenderá trabalhadores do serviço de saúde, público e privado, incluindo trabalhadores de limpeza, recepcionistas, enfermeiros, funcionários de laboratórios e médicos. Na primeira fase será incluída também toda a população indígena.
A segunda etapa vai de 22 de março a 2 de abril. População com doenças crônicas, exceto idosos, será atendida. Pessoas com obesidade de grau 3 (antiga obesidade mórbida), diabetes, doenças hepáticas e renais estão no grupo de doentes crônicos.
Ainda na segunda etapa, crianças com seis meses a dois anos serão vacinados. Para esse caso, são duas meias doses –a segunda, 21 dias após a primeira dose. As grávidas poderão ser vacinadas a partir da segunda etapa, ao longo de toda campanha.
A terceira etapa, que vai de 5 a 23 de abril, atenderá a população saudável de 20 a 29 anos.
Idosos (com mais de 60 anos) com doenças crônicas serão vacinados na quarta etapa, que vai de 24 de abril a 7 de maio.
Estratégia realista
Serão 36 mil salas de vacina, em todos os Estados. Para receber a vacina, é necessário respeitar os grupos definidos pelo ministério, ir a uma unidade de vacinação, com carteira de vacinação e documento de identidade. A vacina é contraindicada a alérgicos a ovo.
Segundo Temporão, o número de vacinas será o suficiente para atender aos grupos prioritários, com excedente para imprevistos. "A estratégia brasileira é bastante realista, tem forte base científica. Estamos tendo foco bastante claro", afirmou. O ministro declarou que o número de vacinas e o formato da campanha "não saiu apenas da cabeça do ministério" –a comunidade científica e especialistas foram ouvidos, de acordo com Temporão.
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