Ary Joel A.Lanzarin pediu para ser desligado, confirma BB

Ary Joel A.Lanzarin pediu para ser desligado, confirma BB

 Pedido de desligamento se deu após denúncia de um jornal paulista, de que o acúmulo de funções é irregular

A direção do Banco do Brasil confirmou ontem, que recebeu, na última 5ª feira, da empresa Alelos, administradora de cartões do Bradesco e do BB, o pedido de desligamento do presidente do Banco do Nordeste (BNB), Ary Joel de Abreu Lanzarin, da função de conselheiro fiscal da operadora, atividade que desenvolveu paralelamente à presidência do BNB, nos últimos quatro meses. O pedido de desligamento se deu após denúncia de um jornal paulista, de que o acúmulo de funções é irregular, conforme diz o Estatuto do BNB.


Ary Joel Lanzarin assumiu o BNB – por indicação do ministro da Fazenda, Guido Mantega – com a missão de mudar o cenário dentro da instituição FOTO: DIVULGAÇÃO

O acúmulo de funções, que rendia a Lanzarin remuneração extra de R$ 13 mil, mensais, e o pedido de desligamento foram confirmados pelo próprio executivo, ao Diário do Nordeste, na edição de ontem. Segundo a direção do BB, Ary Lanzarin foi indicado pelo Banco do Brasil e pela Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do BB), para representar a instituição nos conselhos fiscais das empresas privadas Alelos e Magazine Luiza, respectivamente.

(Lanzarin) "era uma representação do Banco do Brasil nessas empresas", expôs a direção do BB, ao explicar que somente nessas condições um executivo da instituição pode acumular funções de diretoria com as de conselheiros em empresas privadas. Situação semelhante não é permitida pelo Estatuto do BNB, a não ser que seja designado pela Presidência da República, o que não ocorreu. Lanzarin era diretor de Micros e Pequenas Empresas do BB, quando assumiu as funções de conselheiro fiscal das contas e contabilidade das duas empresas em abril de 2012.

Transparência e ética

Cinco meses depois, em setembro último, assumiu a presidência do BNB, – por indicação do Ministro da Fazenda, Guido Mantega – com a missão de dar um basta numa série de irregularidades detectadas no banco, em administrações anteriores.

Consultado se a omissão de Lanzarin em omitir à direção da instituição que prestava serviços de consultoria para empresas privadas poderia lhe render alguma punição, o presidente da Comissão de Ética do BNB, Vicente Aderson Paes Sales, disse que a entidade avalia apenas atos de funcionários. "Quem rege a conduta de altos funcionários federais, diretores e presidentes de bancos públicos é a Comissão de Ética Pública (CEP)", respondeu Vicente Sales.

Em seu discurso de posse, Lanzarin declarou que pautaria sua administração sob a "rigorosa aplicação dos princípios da ética, transparência, equidade, prestação de contas, meritocracia na ascensão funcional e responsabilidade corporativa".

Remuneração

54 mil reais foi quanto o presidente do BNB, Ary Lanzarin, recebeu de duas empresas privadas, nos últimos quatro meses, por serviços de consultoria fiscal

CARLOS EUGÊNIO
REPÓRTER
 

25/01/2013
- Diário do Nordeste
WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn