Sindicato para BB de Lençóis Paulista para cobrar extensão de plano de saúde. Fundo de pensão

Sindicato para BB de Lençóis Paulista para cobrar extensão de plano de saúde. Fundo de pensão

Lençóis Paulista – O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas paralisou na manhã de ontem até o meio-dia o atendimento na agência do Banco do Brasil em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru) para exigir que a instituição estenda seu plano de saúde aos funcionários que antes faziam parte do banco Nossa Caixa. O BB conta que está realizando estudo para analisar a viabilidade da medida.

A Nossa Caixa foi incorporada pelo BB em novembro de 2008 e seu CNPJ extinto um ano depois. “Isso significa que, em novembro do ano passado, a Nossa Caixa morreu como instituição. Mas os bancários que lá trabalhavam continuaram vivos, firmes e fortes. Resta saber até quando, já que o Banco do Brasil parece tê-los abandonado”, alega o sindicato.

Segundo o órgão, o antigo plano de saúde da Nossa Caixa, o Economus, está com seus dias contados. “Os profissionais se descredenciaram e, em cidades como Lençóis Paulista, os assistidos ficaram sem atendimento médico”, diz. O sindicato dos bancários garante que, se nenhuma providência for tomada, serão feitas novas paralisações em agências da região.

Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, o BB informou que todos os funcionários do Banco do Brasil são cobertos pelo plano de saúde Cassi e que aqueles vindos da Nossa Caixa continuam sendo atendidos pelo Economus, sem alteração no atendimento prestado.

“Com relação à extensão do plano Cassi, o processo está em fase de estudo, uma vez que é necessário acordo com os associados, entidades representativas dos funcionários e cumprimento de exigências legais”, afirma.

 Fundos de pensão passam por onda de fusões e cisões

Na esteira de negócios entre as empresas patrocinadoras, 62 entidades e planos de previdência complementar se reestruturaram desde 2006

Movimento, que deve se acentuar neste ano, traz incertezas aos participantes dos fundos; governo quer agora regular essas situações

JULIANNA SOFIA

A onda de fusões e cisões de empresas que dominou a economia nos últimos anos também invadiu, sem alarde, a indústria dos fundos de pensão.

Levantamento obtido pela Folha mostra que 62 entidades e planos de previdência complementar foram autorizados a se reestruturar desde 2006, na esteira dos negócios fechados no cenário empresarial.

Com o elevado número de operações envolvendo os fundos, o governo pretende regular esses movimentos do setor, pois hoje a legislação de previdência complementar não trata claramente do assunto.

As situações são resolvidas de forma pontual, e a falta de regras tem gerado insegurança jurídica principalmente entre os trabalhadores que participam do sistema. O setor de fundos de pensão abrange hoje 2,5 milhões de pessoas, entre funcionários ativos e aposentados.

Nos próximos meses, o Conselho Nacional de Previdência Complementar -instância regulatória do sistema- deverá discutir e editar uma resolução para normatizar fusões/incorporações e cisões de fundos de pensão e planos de benefício. Será uma espécie de manual para o setor. “A legislação em vigor é de 1988 e necessita ser revista”, afirma o secretário de Políticas de Previdência Complementar, Murilo Barella.

Com a perspectiva de crescimento forte da economia, espera-se um movimento disseminado de reestruturação nos diferentes setores de atividade, causando reflexos no sistema de previdência complementar.

O secretário explica que o efeito colateral que pode (ou não) ocorrer no contexto das fusões e cisões é a retirada do patrocínio por parte das empresas. “Não é um assunto trivial. Imagine: eu, que era funcionário de uma empresa ou já estava aposentado, como fica minha situação? Eu contribuí o tempo inteiro e, de repente, perco o patrocínio da empresa. E aí, como fica?”, diz Barella.

Pico

De acordo com o levantamento das operações, entre 2003 e 2005, nove entidades e planos tiveram suas propostas de fusão/incorporação e cisão aprovadas pela então Secretaria de Previdência Complementar. De 2006 a 2009, essas operações pularam para 62.

O pico desse movimento ocorreu em 2008, quando a economia teve expansão de 5,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Naquele período, foram registrados 19 casos de reestruturação de fundos e planos. Embora no ano passado tenham sido aprovadas 16 operações, o número de pedidos apresentados ao governo chegou a 32 -16 processos ainda estão em análise.

“O que acontece na economia repercute nos fundos de pensão. Se a gente pegar a fusão da Oi com a Brasil Telecom, a nova empresa optou por não manter duas ou três entidades separadamente [Fundação Atlântico, BrTPrev e Fundação 14]“, disse o diretor-superintendente da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), Ricardo Pena. Nesse caso, houve centralização da gestão na Atlântico, que administra hoje cinco planos diferentes.

Barella cita outro exemplo. Em 2008, o Banco do Brasil acertou a compra da Nossa Caixa. Junto com o banco, herdou o Economus, fundo de pensão dos funcionários da instituição.

Embora o BB tenha assumido o papel de patrocinadora do Economus, a situação ainda é indefinida para os mais de 15 mil participantes e assistidos da entidade.

“Ainda é uma situação embrionária”, explicou o presidente do Conselho Deliberativo do Economus, Sérgio Iunes.

Fonte: Folha de S. Paulo 2/5/2010

01/11/2010
- JCNet/Folha de S. Paulo
WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn