Sete Brasil vai definir dia 21 se entra com pedido de recuperação judicial

Sete Brasil vai definir dia 21 se entra com pedido de recuperação judicial

 O futuro da Sete Brasil, empresa criada para gerenciar um portfólio de sondas de perfuração para a PETROBRAS, deve ser decidido este mês depois de um longo período de incertezas. Os acionistas da Sete Brasil vão se reunir em uma assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 21 de janeiro, no Rio, para deliberar sobre um possível pedido de recuperação judicial. A empresa tem vivido uma lenta agonia: tem dívidas milionárias com estaleiros e não consegue chegar a um acordo com a estatal para definir o número de sondas que vai construir, o que é essencial para encaminhar sua reestruturação.

 

Fontes próximas das negociações disseram que é possível que a AGE, com outros temas em pauta, se estenda além do dia 21. Neste momento, ocorrem as últimas tentativas junto aos altos escalões dos acionistas para evitar a recuperação judicial. Mas os recursos em caixa da Sete só duram até o fim deste mês, de acordo com fontes. O pedido de recuperação judicial seria a alternativa para continuar as negociações com a PETROBRAS com amparo legal para todos envolvidos. O plano seria continuar as conversas com a estatal, que já há mais de um ano se recusa a assinar os contratos que podem definir o futuro da Sete Brasil.

 

Até hoje, a empresa não conseguiu obter um acordo final com a estatal para redefinir o número de sondas que será construído em estaleiros nacionais para posterior aluguel à PETROBRAS. Uma fonte disse que cada um dos agentes envolvidos na negociação – PETROBRAS, sócios da Sete Brasil e estaleiros – continua puxando a "sardinha" para sua brasa. À Sete interessaria manter o projeto inicial, de 28 sondas. A petroleira quer reduzir para o mínimo possível, que seriam sete que, de fato, têm contratos mais robustos já firmados. Os credores querem garantir que serão pagos, assim como os estaleiros. Em outras palavras, cada envolvido defende seus próprios interesses e até agora não foi possível um acordo.

 

A Sete tem sócios privados, incluindo bancos, e fundos de pensão: BTG Pactual, Santander, Bradesco BBI, Luce Venture, EIG, Lakeshore, Petros, Previ, Funcef e Valia. Os estaleiros contratados pela Sete para fazer as sondas estão em compasso de espera, com créditos milionários a receber da companhia, que deixou de fazer os pagamentos por falta de recursos depois de não ter conseguido acesso a um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para desenvolver o projeto.

 

Hoje existe um cenário provável de contratação de sete unidades em uma primeira fase, mas nem isso está garantido até o momento. O pacote original previa a construção de 28 unidades de perfuração, número que depois foi reduzido para 15 dentro das discussões para a reestruturação da Sete Brasil. Ontem, surgiu a informação de que a empresa fará novas demissões.

07/01/2016
- VALOR ECONÔMICO -SP
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