Saúde Financeira: como reorganizar as contas

Saúde Financeira: como reorganizar as contas

 

Organizar a vida financeira e fazer sobrar dinheiro no final do mês para possíveis investimentos não é tarefa fácil. É algo que exige determinação e envolvimento de todos da família. O retorno do esforço costuma ser compensador, pois além de garantir a saúde financeira familiar, com um planejamento bem estruturado é possível atender todas as necessidades do dia a dia com moradia e alimentação e, ainda, ter uma verba destinada para atividades de lazer, como viagens.

 

Planejamento e orçamento financeiro

Segundo o Instituto de Estudos Financeiros (IEF), um bom planejamento financeiro pessoal deve se iniciado pela criação de um orçamento confiável. Isso inclui previsões de receitas – renda, juros a receber, possíveis aluguéis, entre outros – e de despesas em um determinado período, seja mensal ou trimestral, por exemplo.

Ao ser perguntado sobre a diferença entre planejamento e orçamento financeiro, o consultor Antonio De Julio, da MoneyFit, afirma que o planejamento financeiro é o processo de gerenciar os recursos, as finanças, para atingir algum objetivo.  Já o orçamento é o melhor amigo do planejamento, pois, para ele, administrar o dinheiro significa identificar exatamente para onde ele está indo, para, assim, em um segundo momento poder planejar.

Reorganização financeira

Edson F. F. Gatto já sofreu na pele problemas financeiros. Hoje, ele é consultor da Terasac, empresa de treinamento de desenvolvimento pessoal e professor do curso Estabelecimento de Metas e Objetivos Pessoais e Profissionais, em parceria com a Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto (Acirp).

Há dez anos, quando optou por ser autônomo, teve dificuldade para se adaptar à realidade financeira sem salário fixo. "Às vezes não entrava nada e em outras vinha tudo de uma vez. Eu e minha esposa não sabíamos controlar isso e nosso caixa virou uma bagunça. Resultado? Cartões de crédito estourados e sem condições de pagar a parcela mínima. Cheque especial estourado e sem um real no bolso", relembra.

Por conta da própria experiência, Gatto começou a estudar sobre educação financeira, realizou cursos de desenvolvimento pessoal e focou na solução do problema. "Decidimos, eu e minha esposa, que só faríamos compras à vista, diminuímos os custos fixos apertando onde podíamos, negociamos os pagamentos dos cartões e do cheque especial e cancelamos os cartões", conta.

Ele ainda completa: "Então, criamos um controle diário de todas as despesas através da dinâmica da caixa de sapato, onde colocávamos todas as despesas do dia. Estabelecemos um controle mensal detalhado: passamos a saber quanto ganhávamos e para onde ia cada centavo. Ainda colocamos uma meta de pagar as contas e de guardar um pouco todo mês. Demorou uns seis meses para a poeira assentar e começarmos a ver que a coisa estava melhorando. Em um ano, estava tudo regularizado. Muito devido à nossa disciplina", relata.

Controle dos gastos

Quando as pessoas escutam os especialistas em educação financeira afirmarem sobre a importância do controle dos gastos, elas tendem a interpretar de maneira negativa se perguntando: Vou ter de abrir mão de mais coisas para sobrar dinheiro? Salvo em situações delicadas, para esses profissionais, falar em controle é saber para onde e como o dinheiro está sendo destinado. Nesse sentindo, De Julio diz que independentemente da renda recebida, com um orçamento bem organizado é possível atender a necessidades diversas.

"O importante é organizar a vida de acordo com a renda. Ela é cíclica: temos momentos bons e momentos ruins. É importante sabermos dançar conforme a música, financeiramente falando. O que costumo recomendar nas minhas consultorias é saber viver bem com o que se tem", comenta o consultor.

Controle nas mãos

Para as famílias que não têm o hábito de planejar, De Julio diz que não se deve começar de maneira radical. O especialista compara a motivação humana a um músculo. Se for muito exigido cria fadiga e com as pessoas é a mesma situação, só que no caso, acabam abandonam a ideia de planejar e poupar.

"Primeiramente, deve-se entender a necessidade de se criar a cultura do controle, que fará bem a todos. É a mesma coisa que uma pessoa sedentária entender os benefícios de uma atividade aeróbica como uma simples caminhada. Para começar, vale uma conversa de introdução entre os familiares, saber o que cada um pensa sobre dinheiro, colocar o assunto em pauta. O orçamento vai indicar o quanto entra, o quanto sai e para onde sai. Fazer disso uma atividade periódica, entendendo os ganhos que o orçamento vai trazer, ajudará a todos", afirma De Julio.

Já Gatto afirma que o controle é necessário. Para ele, os itens do orçamento é que alimentam, com as suas informações, as planilhas centrais do planejamento. E, dessa forma, os objetivos serão mais facilmente alcançados.

"Será necessário fazer pesquisa de mercado para saber os valores de cada um dos desejos de consumo, levantar, detalhadamente, os custos fixos da família para saber quais os gastos mensais, limitar os custos variáveis da família com o objetivo de poupar, descobrir quanto será necessário economizar por mês para realizar cada um dos sonhos. Checar se as receitas atuais serão suficientes para suportar todas as despesas ou se será necessário aumentar as receitas tendo fontes de renda alternativas", analisa Gatto.

20/02/2013
- PREVI
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