Retardatários lotam PF para regularizar armas sem custo

Retardatários lotam PF para regularizar armas sem custo

 

A sede da Polícia Federal (PF) em Goiânia viveu ontem um movimento incomum para o último dia do ano, véspera de feriado. Fazendo jus à fama de que brasileiro deixa tudo para a última hora, dezenas de pessoas correram para aproveitar até o meio-dia o prazo final para a regularização de armas de fogo, uma campanha que teve início em 2004.

Na fila estava Brasil Sales, de 70 anos, dono de uma oficina mecânica. Aniversariante do dia, ele foi lembrado pela filha de que precisava recadastrar o revólver 38 que adquiriu na década de 80. “Comprei a arma para o guarda da minha loja, mas até hoje ela foi usada apenas para saudar o ano-novo”, brincou.

Luismar Martins Arruda, lotado na Delegacia de Polícia de Jandaia, a 125 quilômetros de Goiânia, também aguardava na fila para recadastrar sua arma e as de cinco colegas. “Espero que dê certo”, disse, mostrando a papelada. Atuando na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a policial civil Jussara Assis Carvalho, uma das únicas mulheres na fila, também foi recadastrar sua arma de uso pessoal.

Delegado regional Executivo da PF, Anilton Roberto Turíbio tentava agilizar o atendimento aos retardatários. “O procedimento pela internet é muito simples. Depois de preencher o cadastro, a pessoa tem até 90 dias para se dirigir a uma unidade da Polícia Federal”. Mas o registro provisório pela internet cessou à meia-noite e a partir de agora quem não recadastrou sua arma terá trabalho redobrado para agendar testes de tiro e psicológicos, além de retirar certidões, conforme a Lei 10.826/2003, o Estatuto do Desarmamento. O custo do processo será de aproximadamente 400 reais. Até ontem era totalmente gratuito.

A PF estima que apenas 5% das 250 mil armas existentes em Goiás foram regularizadas. Cerca de 7 mil foram entregues à instituição.

01/01/2009
- O Popular 01/01/2009
WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn