Rentabilidade da PREVI deve superar 20% em 2009

Rentabilidade da PREVI deve superar 20% em 2009

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Previ –fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil– fechará 2009 com rentabilidade acima de 20 por cento, disse nesta segunda-feira seu presidente, Sérgio Rosa. Isso fará com que o patrimônio volte para perto dos 140 bilhões de reais, patamar visto antes do agravamento da crise global em 2008.

A meta atuarial do maior fundo de pensão do país é de 5,75 por cento mais a variação do INPC. No ano passado, a Previ teve retorno negativo de 11,49 por cento, devido à forte desvalorização de ações na carteira do fundo.

Na presidência da Previ desde 2003, Rosa deixará em maio o cargo, após cumprir dois mandatos, limite definido em estatuto. Em entrevista à Reuters, ele disse acreditar que seu sucessor encontrará uma casa bem arrumada e mais

comprometida com responsabilidade sócio-ambiental e governança corporativa.

"Os últimos anos foram excelentes, superamos bastante a meta atuarial, conseguimos resolver quase todos os casos complexos que tínhamos em alguns investimentos, deixamos os dois planos bem arrumados e bons ganhos para

participantes e patrocinador", avaliou o executivo, sem dar pistas sobre quem será seu substituto.

Sem planos de se candidatar a cargos políticos e evitando comentar uma possível presidência em alguma das empresas em que a Previ tem participação, Rosa tem certeza apenas que quer continuar a trabalhar onde possa dar contribuição relevante.

"Imediatamente (após a saída da Previ) vou ficar à disposição como funcionário do banco (Banco do Brasil)… Quero continuar trabalhando em alguma coisa importante, relevante."

Assumir a presidência-executiva da Vale como foi especulado durante o assédio do empresário Eike Batista à participação da Bradespar na mineradora este ano é encarada de forma bem humorada. "Pena que ele (Eike) não é acionista", brincou Rosa, que também preside o Conselho de Administração da Vale.

Eike –frustrado em sua primeira tentativa de adquirir participação relevante na Vale, após recusa do braço de participações do Banco Bradesco– poderá ter uma nova chance nos próximos anos, quando a Previ terá que se desfazer de ao menos metade de sua fatia na mineradora para se enquadrar às normas da previdência privada.

"A venda (das ações da Vale) realmente precisa ser muito bem calculada, depende da oportunidade de achar um parceiro estratégico para ingressar no grupo de controle da Vale. É uma venda para fazer com bastante calma, não tem pressa", disse Rosa, informando que Eike não chegou a fazer proposta formal para a Previ e nem procurou mais a entidade. Ele descartou também mudanças na diretoria da mineradora.

2010

Otimista com o próximo ano, Rosa prevê que a maior novidade da Previ será aplicar mais em imóveis, com objetivo de elevar de 3 para 5 por cento o peso do segmento na carteira nos próximos anos. O foco será em edifícios comerciais de alto padrão e shoppings.

"As perspectivas gerais são positivas, apontam para um crescimento entre 5 e 6 por cento (do PIB), estabilidade da inflação e da taxa de juros", avaliou.

Ao longo de 2009, a Previ desinvestiu 3 bilhões de reais, montante que Rosa prevê que se repita no ano que vem. "Olhamos (para vender) as ações que têm menos perspectivas de valorização e a composição final da carteira.

Procuramos avaliar o setor que desejamos reter na carteira."Segundo Rosa, segmentos voltados para exportação e consumo interno se apresentam como bons ativos para 2010, embora sua visão seja otimista de maneira geral.

Além dos imóveis e da perspectiva de mais um ano positivo para a renda variável, Rosa avalia participar da compra de títulos corporativos, como debêntures, "mas só em grandes emissões", e estudará um inédito investimento no exterior, autorizado este ano pelo governo mas que deve ocorrer efetivamente apenas em 2011.

"Provavelmente vamos estudar do ponto de vista teórico, vamos ver que tipo de ativo seria complementar às nossas aplicações… Provavelmente não será vultoso (o investimento) e não deve ocorrer nada (em 2010). Se tiver, será em2011."

 

 

 

01/01/2010
- InfPREVI 225
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