Previ: Vale não terá mudanças em seu comando

Previ: Vale não terá mudanças em seu comando

Após um ano marcado por muita polêmica e boatos de mudança na estrutura de comando, a mineradora Vale entra 2011 com promessa de continuidade e novos investimentos. Com orçamento recorde para um ano (US$ 24 bilhões), que poderá ser ainda maior caso surjam novas aquisições, a maior produtora mundial de minério de ferro mantém a estratégia de diversificar produtos como carvão e energia. Presidente do Conselho da mineradora, Ricardo Flores revela que a empresa admite analisar a participação nos futuros leilões de área do pré-sal, previstos para 2011.

Flores – que também preside a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) – sinalizou para a permanência de Roger Agnelli no comando da mineradora.

“Não haverá mudanças no comando da empresa. A Vale é uma empresa que tem sócios, um Plano de Negócios e sempre vai buscar investimentos que assegurem rentabilidade”, afirmou.

Alvo de críticas do governo e do próprio PT, a Vale, de acordo com o conselheiro, permanecerá atenta ao compromisso com a governança e o retorno aos acionistas.

Ao longo de 2010, boatos davam conta de que setores do Partido dos Trabalhadores, e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, queriam retirar Agnelli do cargo. Argumentavam que, ao privilegiar a rentabilidade da companhia, o executivo pouco se preocupava com setores estratégicos para o país, como o siderúrgico.

Além de ressaltar a prioridade aos investimentos em aço no Ceará e no Pará, em 2011, o conselheiro fez questão de ponderar que a busca da rentabilidade precisa ser compatibilizada com os interesses do país como um todo.

“Obviamente, a Vale não vive em um aquário. Está inserida em todo um ambiente de negócios e de país”, afirma Flores, ao destacar a prioridade, principalmente, à continuidade das obras na Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), no Ceará, e na Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá. O presidente da Previ destacou, para a primeira usina, o fechamento de acordo com a Posco, que passará a deter 20% do projeto. A empresa se juntou em novembro à própria Vale, responsável por 50% do total, e à Dongkuk Steel (30%).

Com relação à Alpa, Flores fez questão de destacar a recente conclusão das obras de terraplenagem do empreendimento. Em Pecém, a usina demandará US$ 4 bilhões em investimentos, enquanto outros US$ 2,76 bilhões serão consumidos com as obras do projeto paraense. Os planos siderúrgicos da Vale também incluem os projetos da Companhia Siderúrgica do Ubu (CSU), que demandará desembolso de US$ 6 bilhões no Espírito Santo, e da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Itaguaí. No empreendimento fluminense, a participação da Vale (26,8%) determina compromissos de US$ 2,1 bilhões.

04/01/2011
- Brasil Econômico
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