Pela primeira vez em sua história o Banco do Brasil tem uma mulher na vice-presidência

 Em entrevista ao jornal O Estado de Minas, a historiadora e escritora Mary Del Priore, autora de Sobreviventes e Guerreiras: Uma breve história da mulher no Brasil de 1500 a 2000 (Editora Planeta), relata que apesar da arraigada influência do sistema patriarcal na sociedade, ainda assim a mulher encontra brechas para resistir no trabalho, na sexualidade e nos cuidados com a família.

Sob essa ótica, pode-se perceber no percurso da história que a imposição de padrões sempre dificultou a liberdade da mulher nas mais diversas ocupações profissionais. Nos dias atuais, mesmo quando concorrem com competências semelhantes, de modo geral as melhores oportunidades ainda pendem para o lado masculino. Por isso que pequenas mudanças, pequenos atos, trazem grandes significados.

O bom exemplo vem do Banco do Brasil (BB) que pela primeira vez em sua história nomeia uma mulher para a vice-presidência, segundo maior posto do alto escalão. Trata-se de Ana Paula Teixeira de Souza, funcionária de carreira há 26 anos, que ora ocupa a vice-presidência de Controles Internos e Gestão de Riscos.

Ana Paula tem mestrado em Economia pela Universidade de Brasília (UNB), graduação em Ciências Contábeis pela UNB e pós-graduação em Ciências Contábeis pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Seu currículo ostenta ainda MBA em Finanças e Negócios Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP) e curso de extensão pela Universidade de Chicago em bancos e sistema financeiro no mercado global.

Outro fato também auspicioso no âmbito da ascensão profissional da mulher aconteceu com a eleição de Iêda Aparecida de Moura Cagni para a presidência do Conselho de Administração do BB. Indicada pelo Ministério da Economia, é a primeira mulher a ocupar a presidência do colegiado.

Procuradora da Fazenda Nacional, Iêda Cagni possui graduação em Direito pelo Centro Universitário de Anápolis, especialização em Direito Público pela Faculdade Processus do DF e MBA e mestrado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Aliás, o conselho de administração do BB conta ainda em sua composição com mais duas mulheres: Débora Cristina Fonseca, eleita pelos empregados, e Rachel de Oliveira Maia, indicada pelos acionistas minoritários.

Para a diretora social da Associação dos Funcionários, Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil no Distrito Federal (AFABB-DF), Eudócia Bomfim Lopes, a decisão do Banco do Brasil é um reconhecimento da capacidade e do mérito da mulher num mercado de trabalho cada vez mais competitivo. “Quero parabenizar essas profissionais por sua ascensão meritória, desejar-lhes sucesso em seus novos desafios e dizer que quando há a compreensão da nossa história e das nossas aspirações, mais liberdade e independência teremos para ocupar o espaço aonde desejamos chegar”, destaca a dirigente.

 
13/06/2022
- Banco do Brasil
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