A oferta subsequente de ações do Banco do Brasil (BB), prevista para ocorrer até o início de outubro, poderá alcançar um volume total de cerca de R$ 8 bilhões. O cálculo considera a cotação dos papéis de ontem, que fecharam a R$ 46,65, com queda de 0,68%.
Além da posição detida pelo FI-FGTS, administrado pela Caixa Econômica Federal, e do excedente do controle pertencente à União, está prevista a venda de papéis que estão na tesouraria do próprio BB. A informação foi confirmada ao Valor por três fontes a par do assunto. O BB tem em tesouraria 78.903.599 ações, que representam 2,76% do capital total. Se todo esse volume for vendido na oferta, somará R$ 3,68 bilhões. Para que esses papéis sejam vendidos, no entanto, falta ainda a aprovação do conselho de administração. Por isso, a operação não foi anunciada pelo BB ainda. Anteontem à noite, o banco comunicou ao mercado apenas a intenção de a União se desfazer das ações excedentes ao controle, o que havia sido anunciado no pacote de privatizações do governo. Cada processo tem um trâmite. No caso das ações em tesouraria, ainda não houve aprovação do conselho, por exemplo, mas o planejamento é que os três lotes sejam ofertados em conjunto, numa oferta de mais de R$ 8 bilhões", afirma uma fonte com conhecimento do assunto. "Os bancos serão aqueles já contratados pela Caixa, o que agiliza o processo para a União e para o BB, que inclusive já está no sindicato", reforçou. Do total da oferta, a venda dos papéis que pertencem ao FI-FGTS é a que está mais adiantada. A fatia equivale a cerca de R$ 3,34 bilhões e a Caixa já contratou os bancos que vão estruturar o follow-on. Os coordenadores são Caixa, BB, Itaú BBA, Credit Suisse, XP Investimentos e J.P. Morgan. A oferta está prevista para setembro, mas pode ficar para o início de outubro. Em paralelo, na quarta-feira o conselho do PPI sugeriu à União vender suas ações no BB que excedem o controle e isso foi confirmado ontem no "Diário Oficial da União". A fatia vale quase R$ 969,6 milhões e esse processo é coordenado pelo BNDES, que agora fará o alinhamento com o sindicato da Caixa. De acordo com uma das fontes, as fatias do FI-FGTS e da tesouraria do BB serão oferecidas em conjunto e a expectativa é que o excedente do controle também. Mas a ideia é não atrasar a venda caso a União não esteja pronta para se desfazer de seus papéis no mesmo momento. Há duas semanas, o presidente do BB, Rubem Novaes, admitiu a possibilidade de venda das ações em tesouraria, mas disse que não havia decisão tomada.
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