Dieta colorida e diversificada é instrumento importante para manter a forma e a saúde
Ricardo César
Até bem pouco tempo, a indicação de uma alimentação colorida e diversificada seguia parâmetros estéticos, como uma forma de tornar o prato harmônico e atraente. Pesquisas recentes, no entanto, apontam que os alimentos não são coloridos por mero capricho. Cada cor representa um pigmento, um nutriente com propriedades específicas, capazes de prevenir e ajudar no combate de enfermidades, como câncer e males cardíacos – as maiores causas de morte por doenças na atualidade.
As propriedades de cada fruta, vegetal ou legume são capazes de induzir o fortalecimento do sistema imunológico e preparar o corpo para o combate a substâncias cancerígenas e doenças. Sabe-se hoje, por exemplo, que tomate, agrião e maxixe tem efeitos anticancerígenos, atuando na prevenção e até na cura das células cancerígenas.
Mestre em Ciências dos Alimentos e professora da UnB, Raquel Botelho afirma que os pigmentos naturais de cada alimento têm uma atuação no organismo, voltada, geralmente, para alguma benfeitoria. “Por isso difunde-se muito hoje a ingestão de cinco a dez porções por dia, uma de cada cor. Se isso for seguido, aliado à prática de exercícios físicos, as chances de se ter uma vida longa e sem grandes problemas é muito grande.”
A professora explica que uma alimentação rica em cores verdes é a tacada certa para ingerir vitaminas C e E, ácido fólico, além de carotenoides. Segundo ela, esses compostos e vitaminas regulam o intestino e, por consequência, previnem o câncer intestinal. O fortalecimento do sistema imunológico com a ingestão de alimentos verdes também torna o corpo mais propício a se defender de doenças oportunistas. “O benefício vai se estendendo”, analisa.
Entre os pigmentos vegetais mais conhecidos está o betacaroteno, responsável pela cor amarela ou alaranjada dos alimentos. Popularmente associada ao bronzeado uniforme e duradouro, a substância tem também outras propriedades. Professora da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás, Tânia de Castro Ferreira diz que este grupo tem reconhecidas propriedades antioxidantes, que fazem bem à pele, aos olhos e são importantes na fase de crescimento.
Já os alimentos violetas ou azuis trazem em sua constituição importantes substâncias antioxidantes chamadas flavonoides, cujas propriedades protetoras e retardadoras do envelhecimento podem ajudar na manutenção de órgãos vitais durante toda a vida. Esses compostos, de acordo com a professora da UFG, são ainda fornecedores de quantidades significativas de ferro e magnésio – essenciais para os glóbulos vermelhos. “Ameixas, berinjelas e a couve-roxa são ótimas fontes”, afirma.
Nos brancos, diz, são encontrados as vitaminas do complexo B e os flavonoides, que também atuam na proteção das células. A cebola, batata e cogumelos auxiliam na produção de energia, no funcionamento do sistema nervoso e inibem o aparecimento de coágulos na circulação. Desta categoria descobriu-se, há cerca de 15 anos, sua atuação na redução dos níveis de colesterol. “Por isso é importante ter uma alimentação colorida. A nutrição se inicia com os olhos”, recomenda
