Lava-Jato quer condenação de Bendine por corrupção

 

A força-tarefa da Operação Lava-Jato no Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba pediu a condenação do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, pelo suposto recebimento de propina no valor de R$ 3 milhões paga pelo grupo da Odebrecht. O executivo comandou o banco estatal de abril de 2009 a fevereiro de 2015 e presidiu a petrolífera entre fevereiro de 2015 e maio de 2016. 

O pedido foi feito ao juiz federal Sergio Moro na terça-feira, em alegações finais do processo penal a que Bendine responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por intermédio de organização criminosa. O MPF atribui a Bendine dois atos de corrupção com o agravante de ter ocupado função pública; três de lavagem e dois por pertinência à organização criminosa. A ação penal tramita na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba e está próxima de ser concluída. 

Segundo a versão apresentada ao MPF pelos delatores da Odebrecht, enquanto presidia o Banco do Brasil, Bendine teria exigido R$ 17 milhões em propina, que corresponderiam a 1% do valor de uma dívida que teria sido renegociada pela instituição bancária. O administrador teria recebido os R$ 3 milhões quando já estava no comando da Petrobras, de acordo com os procuradores da força-tarefa. 

Também em alegações finais, a defesa de Bendine – liderada pelo advogado Alberto Toron- sustentou que houve cerceamento de defesa, em razão da ausência de procedimento investigatório criminal. O criminalista também alegou que o juiz Sergio Moro não é o magistrado competente para julgar o processo, que falta justa causa para o delito de corrupção passiva e que a acusação de lavagem de dinheiro é inepta. 

O MPF requereu ainda a condenação de André Gustavo Vieira da Silva, acusado de operar o repasse de R$ 3 milhões que teria sido destinado a Bendine, além da condenação dos executivos da empreiteira e delatores da Lava-Jato Marcelo Odebrecht, Fernando Reis e Álvaro Novis. No mesmo pedido, a Procuradoria da República pediu a absolvição de Antonio Carlos Vieira da Silva, irmão do suposto operador financeiro de Bendine, por falta de provas de envolvimento nos supostos crimes relatados. 

Aldemir Bendine está preso preventivamente em Curitiba desde 27 de julho de 2017, quando foi alvo da "Operação Cobra", 42ª fase da Lava-Jato. 

A Procuradoria solicitou ainda o pagamento de R$ 3 milhões com juros e correção monetária. 

 

02/02/2018
- VALOR ECONÔMICO -SP
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