Juro é consequência da inadimplência

Juro é consequência da inadimplência

 Os juros altos cobrados no país são consequência, além da taxa básica elevada, da grande inadimplência e da dificuldade para recuperar garantias oferecidas pelos tomadores de crédito, disse ontem o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.

 

Ele acompanhará hoje, às 11h, no Banco Central (BC), o painel Projeto Spread Bancário, que tem por objetivo discutir as razões para a elevada diferença entre os juros que os bancos pagam e o que cobram dos clientes. O tema será debatido pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que comandou a autoridade monetária, e por outros dois ex-presidentes: Arminio Fraga e Gustavo Loyola.

 

"Nós elogiamos a iniciativa. Também temos interesse na redução do spread, o que ajuda a reduzir a inadimplência. Mas é preciso fazer um bom diagnóstico do problema, do contrário haverá efeitos colaterais negativos", afirmou Portugal.

 

Ao falar das dificuldades enfrentadas pelos bancos, ele citou os casos de compradores de veículos financiados que deixam de pagar as prestações: apenas 15% dos bens são recuperados pelos bancos depois de um ano.

 

O presidente da entidade que representa os bancos citou também a elevada tributação, com alíquotas maiores do que a de outros setores sobre o lucro. "Mas reconhecemos que agora não é o melhor momento para esse problema ser resolvido, pois o país está em uma situação fiscal difícil", disse.

 

Portugal afirmou que os bancos estão se esforçando para reduzir custos operacionais, o que poderá se refletir nos juros cobrados. Em dezembro, houve queda da taxa básica, a Selic, e também do spread, que, no caso das pessoas físicas, chegou a 31,9 pontos percentuais, saindo de 33,1 pontos no mês anterior, ainda entre os maiores do mundo.

07/02/2017
- CORREIO BRAZILIENSE - DF
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