Isa Musa de Noronha, Presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil

Isa Musa de Noronha, Presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil

 Cassi


A propósito da reportagem “Cassi, do Banco do Brasil, precisa de R$ 1,4 bi para não quebrar”, divulgada no Blog do Vicente, do Correio (22/10), permito-me contestar a veracidade das informações publicadas com tendenciosa dramaticidade. É verdade que a Cassi enfrenta sérias dificuldades, contudo, trata-se da maior autogestão do país, atende a mais de 700 mil vidas, perdura há 75 anos e é referenciada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) como experiência exitosa no Laboratório de Inovação em Atenção Primária na Saúde Suplementar Brasileira e vem honrando todos os seus compromissos com a rede credenciada/referenciada, médicos, hospitais e clínicas. Não é verdade que os associados da Cassi, funcionários do BB da ativa e seus aposentados e pensionistas, resistem em aumentar suas contribuições. Ao contrário, desde 2015, as entidades representativas do funcionalismo enviam propostas de sustentabilidade, todas rejeitadas peremptoriamente pelo patrocinador Banco do Brasil, que age consoante com as determinações do governo. A Cassi existe para proporcionar a seus associados a atenção à saúde, que deveria ser responsabilidade do Estado. No entanto, o Estado sempre se mostrou ineficiente em cumprir a Constituição quanto ao direito à saúde de toda a população consoante o disposto no art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Na falta de ações efetivas do Estado, em 1944, os funcionários do Banco do Brasil criaram a Cassi, que se mostrou fundamental para a interiorização do banco quando foi necessário a presença do BB para incentivar a produção de gêneros alimentícios em uma época de guerra e alimentos escassos. Hoje, o modelo de atenção à saúde no Brasil, a Cassi é associação de ajuda mútua, baseada no princípio de solidariedade, segundo o qual cada participante contribui com base em sua remuneração e utiliza os serviços na medida de suas necessidades, proporcionando a todos tranquilidade no que se refere à saúde.

» Isa Musa de Noronha,

Presidente da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil

 

 

 
28/10/2019
- ANABB
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