Fundos planejam reduzir fatia em renda fixa


Os fundos de pensão planejam reduzir a aplicação em renda fixa e aumentar em investimentos estruturados e no exterior nos próximos 36 meses, segundo estudo da Abrapp, associação que reúne as entidades do setor, elaborado com o apoio da Itajubá Investimentos e da consultoria Gama. 
A pesquisa realizada com 118 fundos de pensão, que respondem por 80% dos ativos do setor, mostra que as fundações planejam reduzir para 37,8% de seus recursos a alocação em títulos públicos, 6,1 pontos percentuais a menos do que os atuais 43,9% alocados. As fundações têm em carteira R$ 60 bilhões em títulos públicos que vão vencer até 2017. 
Já o investimento em crédito privado deve crescer 0,5 ponto porcentual, para 14%, no período. Com isso, a alocação em renda fixa total deve ser reduzida em 5,6 pontos percentuais nos próximos 36 meses, para 51,8%. 
Os recursos da renda fixa devem migrar para investimentos alternativos. As alocações que mais devem crescer nos próximos três anos são em private equity (em 2,5 pontos, para 4,8% do patrimônio) e no exterior (para 1,3% dos recursos, ante praticamente zero hoje). 
O patrimônio dos fundos de pensão fechou junho deste ano em R$ 657 bilhões, equivalente a 14,7% do PIB do país, mas tem potencial para chegar a R$ 1,5 trilhão em 2021, ou 26% do PIB, diz Nélia Maria de Campos Pozzi, diretora-presidente do Sindicato Nacional das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Sindapp). 
Durante o 34° Congresso dos Fundos de Pensão, que acontece em Florianópolis, o presidente da Abrapp, José Mendonça, falou sobre as concessões de infraestrutura. Segundo Mendonça, a entidade não vê segurança e retorno financeiro nas concessões que justifiquem o risco do investimento. 
O principal risco apontado pela diretoria da Abrapp é a insegurança jurídica. Mendonça avalia que, por pressão popular, o governo pode mudar as regras no meio do jogo, a exemplo do que aconteceu com os preços dos pedágios. Os fundos de pensão têm de aplicar em ativos de baixo risco e o investimento em infraestrutura não está nessa categoria, disse. Quanto a um grupo de fundos de pensão de grande porte que avaliam algumas concessões, afirmou que isso ocorre mais por pressão do governo do que pelo desejo das entidades. 
"Não somos contra o investimento em infraestrutura, a questão é se as regras atuais são claras e seguras para fazermos o investimento", disse José Tarcisio Bezerra, diretor da Abrapp e presidente da Faelce, fundo de pensão dos funcionários da Coelce. (Thais Folego – Valor Online)

16/09/2013
- Valor Online
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