Fundos: Embraer entrega 80 jatos no semestre

A fabricante de aviões Embraer entregou 22 jatos para o mercado de aviação comercial e 29 para o segmento de aviação executiva, com um total de 51 aeronaves durante o segundo trimestre deste ano. No semestre, a empresa entregou 39 aviões comerciais e 41 executivos, perfazendo 80 unidades no período. 
No fechamento de junho, a carteira de pedidos firmes a entregar ("backlog") totalizava US$ 17,1 bilhões, um incremento de US$ 3,8 bilhões sobre o valor de março e também bem acima dos US$ 12,9 bilhões de um ano antes. Com esse montante, a companhia atingiu o maior valor de "backlog" desde o terceiro trimestre de 2009, segundo comunicado distribuído à imprensa. 
Na esteira da divulgação das entregas do segundo trimestre, as ações da Embraer tiveram alta de 1,17% durante o pregão de ontem, alcançando a cotação de R$ 21,45, na máxima histórica dos papéis da empresa na Bovespa – em valores não corrigidos pela inflação. Desde o início do ano, a companhia acumula uma valorização de quase 50% na bolsa, enquanto o Ibovespa recua mais de 23% (veja gráfico ao lado). 
A carteira da companhia em junho contabilizava 1.131 pedidos firmes, 849 opções de compra, 947 entregas e 366 pedidos firmes a entregar. As entregas de aviões da Embraer recuaram 7,3% no segundo trimestre de 2013, na comparação com o mesmo período do ano passado. De abril a junho, foram entregues 51 aeronaves, na comparação com as 55 unidades de igual período de 2012. No comparativo do semestre com igual período de um ano antes, a queda foi de 10,1%. As entregas no segmento de aviação comercial caíram 37,1% no trimestre e tiveram recuo de 30,35% no semestre. As entregas da aviação executiva subiram 45% no trimestre e avançaram 24,2% nos seis meses iniciais deste ano. 
Na aviação executiva, entre abril e junho, a Embraer entregou onze jatos Phenom 100, doze unidades do Phenom 300, cinco do Legacy 650 e um Lineage. Na comercial, o destaque fica com a entrega de 14 aviões E190 e seis do modelo E195. Um dos principais destaques do segundo trimestre foi o lançamento dos E-Jets E2, que teve a SkyWest como um de seus clientes-lançadores, com o pedido firme de 100 aeronaves e mais 100 opções do modelo E175-E2. 
Os números foram bem recebidos pelo mercado. A equipe de análise da Concórdia afirmou que a empresa tem apresentado boa recuperação em sua carteira após um período de redução no valor consolidado, que aconteceu em função da crise econômica global e problemas enfrentados por todo o setor aéreo. "Além disso, a companhia segue focada no desenvolvimento de produtos e serviços voltados ao segmento de defesa e segurança, que vem ganhando representatividade em seu resultado consolidado e possui boas perspectivas futuras", diz a corretora. 
A equipe lembra que a Embraer tende a se beneficiar com a recente variação cambial, uma vez que sua receita é auferida em dólares e apenas parte de seus gastos estão expostos à moeda. 
Para Sandra Peres, da Coinvalores, os dados vieram positivos e ficaram acima do que era esperado. Para a analista, a surpresa ficou com os jatos executivos. As entregas no segmento subiram 45% no trimestre e avançaram 24,2% nos seis primeiros meses de 2013. Ela explica que o desenvolvimento dos países emergentes está trazendo uma demanda maior por jatos executivos para realizar pontes aéreas sem depender da aviação comercial. 
O Citi está no lado mais pessimista e afirma que a qualidade das entregas foi fraca. Os 22 jatos comerciais do trimestre ficaram abaixo da estimativa de 27 unidades do banco. O analista Stephen Trent afirma que a dependência da empresa a uma única companhia aérea não tem precedentes. 
A Embraer, segundo o relatório do banco, tem 38% da sua carteira de pedidos firmes na aviação comercial vindos da SkyWest, com grande parte dessas ordens sem geração de receita por pelo menos sete anos. "Sete anos é muito tempo para uma companhia aérea, é quase uma eternidade."  (Daniela Meibak – Valor Online)


 

 

16/07/2013
- Valor Online
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