Fundos de renda fixa e DI fecham setembro como melhor aplicação

Fundos de renda fixa e DI fecham setembro como melhor aplicação

 

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou setembro com ganho de 0,78%, próximo do avanço do dólar, mas abaixo dos rendimentos médios dos fundos de renda fixa puros e fundos DI, cuja rentabilidade ficou entre 1% e 1,2%. O mercado acionário foi fortemente impactado pelas oscilações na cotação do petróleo e pelas especulações sobre um possível aumento da taxa básica de juros nos Estados Unidos. Agora em outubro, o foco deve ficar na aprovação do teto de gastos e na discussão sobre a reforma da Previdência.

 – Não houve grandes novidades no Brasil, pois o ajuste fiscal está em compasso de espera. Por isso, câmbio e Bolsa oscilaram ao sabor do noticiário externo – explicou o administrador de investimentos Fabio Colombo.

 Os melhores resultados ficaram com os fundos de renda fixa, cujo rendimento é determinado por títulos com juros prefixados – as taxas no Brasil estão entre as maiores do mundo. O ganho, na média, ficou entre de 1,05% a 1,20%, aponta Colombo, apoiado em dados da Anbima (até 29 de setembro), que reúne as instituições financeiras. Os resultados variam conforme as taxas de administração. A categoria deverá enfrentar volatilidade nos próximos meses, com a perspectiva de queda nos juros, já que os fundos fazem marcação a mercado, ou seja, o patrimônio é recalculado quando há oscilação das taxas.

 – Seu comportamento dependerá da política de juros do Banco Central e da participação de títulos prefixados e indexados a inflação em suas carteiras – afirmou Colombo. 

Os fundos DI, por sua vez, seguem as taxas usadas pelas instituições financeiras nas operações que fazem entre si. O índice é muito próximo da Selic. Com as projeções de queda dos juros, essa categoria pode perder rentabilidade, mas sofre menos com a volatilidade.

 DÓLAR RECUA APENAS 0,09% Ontem, porém, tanto a Bovespa quanto o câmbio fecharam estáveis, graças ao alívio em relação ao Deutsche Bank, envolvido em uma disputa bilionária com o governo americano. O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, encerrou com alta de apenas 0,03%, aos 58.367 pontos, e o dólar comercial recuou 0,09%, a R$ 3,252.

 Em Nova York, os índices avançaram com a perspectiva de o banco alemão pagar uma multa menor. O Dow Jones teve alta de 0,91%, enquanto o S&P 500 subiu 0,8%. A Bolsa eletrônica Nasdaq teve ganho de 0,81%. Na Europa, o índice DAX, de Frankfurt, subiu 1,01%, com as ações do Deutsche Bank zerando as perdas. A Bolsa de Londres, porém, recuou 0,29%.

 Apesar de ter fechado estável, o Ibovespa teve um dia volátil, refletindo o fim do trimestre e o noticiário local, marcado pela expectativa em relação ao ajuste fiscal do governo e a um corte dos juros ainda este ano.

 – Após o fechamento dos mercados na Europa, o dia ficou praticamente sem notícias e o pregão, com baixa liquidez. O volume de negócios foi baixo, com investidores na expectativa de fechamento de mês e de trimestre, preparando-se para rebalancear a carteira. Daí a alta volatilidade do Ibovespa. O índice se manteve no positivo na maior parte do pregão, com agentes de olho na votação do teto de gastos, prevista para a próxima semana – afirmou Raphael Figueredo, da Clear.

 Apesar da tensão com os bancos europeus, as instituições locais não sofreram muita pressão no pregão de hoje. O Banco do Brasil ganhou 0,75%, e o Bradesco, 0,07%. Itaú caiu 0,2%. A Petrobras fechou com alta de 0,46% (ação ordinária, com direito a voto) e de 1,04% (preferencial, sem voto).

Paulo Gomes, economistachefe da Azimut Wealth Management, citou ainda a taxa de desemprego acima do esperado, o que aumenta a probabilidade de redução dos juros a partir de outubro.

 
03/10/2016
- ANABB
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