Fundos de pensão recebem R$ 1,1 bilhão da PT

Para receber o cheque de € 7,5 bilhões da Telefónica pela venda de sua participação na Vivo, a Portugal Telecom deixou R$ 3,2 bilhões para os controladores da Oi, Andrade Gutierrez (AG) e La Fonte (LF Tel), e mais R$ 1,1 bilhão para os fundos de pensão das estatais Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Esses desembolsos garantiram que a operação saísse num prazo muito curto.

A Portugal Telecom, que deixa a Vivo e entra na Oi, onde terá cerca de 23% tanto no bloco de controle como de participação econômica, colocará até R$ 8,4 bilhões na nova sociedade, sendo que cerca de 65% desse total será dinheiro novo para fortalecer a empresa. Como parte do negócio, a Oi deverá ter 10% da Portugal Telecom, no lugar hoje ocupado pela Telefónica.

A entrada na Oi é de grande complexidade societária. A transação envolve um aumento de capital de R$ 4,2 bilhões na holding não listada do grupo, a Telemar Participações, onde estão os controladores e o acordo de acionistas, e mais outro, de R$ 12 bilhões, em cada uma das empresas listadas na BM&FBovespa – Tele Norte Leste Participações (TNLP) e Telemar Norte Leste (TMAR).

O ingresso na Telemar Participações envolve R$ 4,7 bilhões. Cada controlador, AG e LF Tel, receberá R$ 1,6 bilhões para que a PT tenha 35% em cada um. Desse valor, só R$ 820 milhões serão repassados por eles à Telemar Participações no aumento de capital. O restante será embolsado. Além disso, a PT pagará R$ 1,1 bilhão para comprar participação direta de 10% nessa holding em mãos dos fundos de pensão e desembolsará R$ 424 milhões no momento do aumento de capital. Terá assim, direta e indiretamente, 23,5% da holding.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e representantes dos fundos de pensão acompanharam de perto, desde o início, as negociações.

Um segundo jornal diz que a entrada da PT (Portugal Telecom) na empresa controladora da Oi deverá ocorrer por meio da venda da participação dos fundos de pensão. A Folha apurou que, na semana passada, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) fechara acordo com Previ (fundo dos funcionários do BB), Funcef (da Caixa) e Petros (Petrobras) o qual previa que teriam de vender sua participação.

Consultados, os fundos negaram a venda. Mas pessoas próximas a essas negociações disseram que a Funcef deverá abrir mão de seus 10%, retirando-se da Oi. Os detalhes dessa negociação serão definidos na próxima semana. Previ e Petros devem continuar no negócio.

Um terceiro jornal nota que a entrada da PT se dará diretamente, com a compra de 10% da fatia da BNDESPar e dos fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa), que hoje detêm 49,9%, e indiretamente.

 

 

30/07/2010
- Suporte Educacional/Fontes primárias: Valor + O Estado de S. Paulo + O Globo + Folha de S. Paulo
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