EDP Brasil vai construir usina solar de 5 MWp para o Banco do Brasil em MG

 

A EDP Brasil venceu uma concorrência para construir uma usina solar fotovoltaica de 5 megawatts-pico (MWp) para o Banco do Brasil, em um contrato de geração distribuída na modalidade de aluguel dos equipamentos. O contrato, de R$ 45 milhões por 15 anos, é essencial para o posicionamento estratégico da companhia portuguesa no segmento de prestação de serviços no Brasil.

 "Esse é um mercado de crescimento exponencial", disse Miguel Setas, presidente da EDP Brasil, se referindo ao setor de geração distribuída solar fotovoltaica.

 A usina, que terá mais de 15 mil painéis fotovoltaicos, será construída em Januária, no norte de Minas Gerais, com capacidade de geração de 11 gigawatts-hora (GWh) por ano, energia suficiente para atender 58 agências do Banco do Brasil no estado. Os envolvidos estimam que o contrato vai permitir ao banco uma economia de 58% na conta de energia dessas unidades ao longo dos 15 anos, o que representa redução de R$ 82 milhões nas despesas do banco ao longo do período. A usina deve levar de 10 a 12 meses para ficar pronta.

 A iniciativa faz parte da estratégia do Banco do Brasil de reduzir suas despesas com energia, hoje da ordem de R$ 400 milhões por ano, em cerca de 30% nos próximo cinco anos, explicou Nilson Moreira, diretor de Suprimentos e Infraestrutura e Patrimonio do banco. O primeiro passo se deu na migração de 24 unidades consumidoras para o mercado livre de energia, anunciada no primeiro semestre. A EDP Brasil também foi vencedora dessa licitação, ao apresentar uma proposta que permitirá ao banco poupar R$ 50 milhões em despesas com energia em cinco anos, 30% da conta das unidades.

 "Para nós, essa é uma aposta estratégica, e essa relação com o Banco do Brasil é simbólica, um cartão de visita para outros", disse Setas, destacando que a companhia não teve nenhuma vantagem na segunda licitação por ter vencido a primeira. O financiamento da construção da planta solar será feito com capital próprio da EDP Brasil. O empreendimento será alugado ao BBdurante a validade do contrato, que poderá ser estendido por outros 10 anos.

 Minas Gerais foi o primeiro estado escolhido pelo Banco do Brasil e também pela EDP Brasil para um projeto deste porte por suas vantagens no segmento de geração distribuída. O Estado tem uma tarifa elevada, o que potencializa a economia resultante da geração própria. Além disso, tem índices de insolação excelentes, e oferece isenção de ICMS.

 A EDP Brasil investiu R$ 10 milhões ano passado em geração distribuída e prevê aportar R$ 100 milhões neste ano, a fim de se posicionar estrategicamente no segmento, que tende a ter um crescimento acelerado no país, segundo especialistas. Atualmente, a companhia avalia oportunidades de investimentos no país, e tem planos avançados para um projeto de auto-produção de energia solar também em Minas Gerais, de tamanho maior que o contratado pelo BB.

 O Banco do Brasil, por sua vez, está identificando outras unidades que poderão migrar para o mercado livre, ao mesmo tempo em que avalia a construção de mais usinas de geração distribuída. Segundo Moreira, o banco estatal espera construir outras duas usinas solares em Minas Gerais, e avalia também expandir o mesmo modelo para projetos em Goiás, Distrito Federal, Pará, Maranhão, Bahia e São Paulo. Para esses projetos, devem ser colocados novos editais na rua já no próximo ano.

 "Todas essas iniciativas vão nos ajudar a economizar nas despesas com energia, junto com outros movimentos do banco, como troca de lâmpadas por luminárias de LED, ações de modernização e redução de desperdício e outras instalações de eficiência", disse Moreira. "Estamos sendo uma referência nesse âmbito, todos estão estudando o assunto", completou.

 

 

04/10/2018
- VALOR ECONÔMICO -SP
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