Com Cielo, BB busca ampliar suas margens em cartões

 A criação de uma empresa dedicada ao setor de cartões em parceria com a Cielo foi a forma que o BANCO DO BRASIL encontrou para aumentar a receita e a rentabilidade do negócio. Segundo fontes de mercado, a avaliação era que o BB não vinha conseguindo apresentar as mesmas margens de lucro da concorrência no segmento.

 

Por isso, "terceirizou" parte do trabalho ao criar uma empresa de R$11,6 bilhões em que terá participação de 30%, enquanto a Cielo, que investirá R$ 8,1 bilhões na empreitada, terá 70%.

 

Enquanto a Cielo buscará empréstimos para cumprir sua parte do acordo, o BB não investirá dinheiro novo no negócio. No entanto, o banco vai abrir mão de parte de receitas que detinha com o negócio de cartões, transferindo de 20% a 22% do resultado na área para a joint venture com a Cielo.

 

Embora a participação do BB no novo negócio seja de 30%, a fatia real do banco subiria para 50,05% considerada a participação indireta que a instituição tem na Cielo – os controladores da credenciadora de cartões são o BB e o Bradesco.

 

De acordo com Rômulo Dias, presidente da Cielo, é pouco provável que o Bradesco entre na composição societária da joint venture. O banco firmou parceria no ano passado com a Fidelity no setor de cartões.

 

Uma alternativa à parceria cm a Cielo para a área de cartões do BB seria a abertura de capital. Ivan Monteiro, vice-presidente de relações com investidores do BB, afirma essa alternativa nunca foi cogitada. Isso porque, diferentemente do segmento de seguros, que foi reestruturado e separado na BB Seguridade, a área de cartões ainda não é considerada um negócio maduro.

 

Governo. Além do aspecto de melhoria operacional, a parceria traz um benefício mais imediato para o BB. O impacto da joint venture no balanço do banco deverá ser positivo em R$ 3,2 bilhões. O montante será adicionado após aprovação dos reguladores um processo que deverá começar nos próximos dias. Caso o aval ocorra este ano, o valor entrará no balanço do quarto trimestre, gerando dividendos imediatos aos acionistas.

 

Um dos principais beneficiados será o governo federal, controlador do banco. A ajuda será bem-vinda, uma vez que o adiamento da publicação do balanço da Petrobrás, diante das denúncias de corrupção, deverá adir o pagamento de dividendos da estatal. /aline bronzati

21/11/2014
- O ESTADO DE S. PAULO
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