Carro próprio ou táxi?

Carro próprio ou táxi?

Com a aproximação do final de ano e do clima de compras de Natal, muitos aposentados e profissionais na ativa pensam em usar o 13º salário para trocar de carro ou comprar um segundo automóvel para a família, acreditando que vale a pena sob ponto de vista financeiro e do conforto. Antes de tomar essa decisão, especialistas em educação financeira recomendam que o consumidor coloque na ponta do lápis os gastos com o carro.

Táxi ou carro?

Afinal, o que é mais vantajoso, andar de táxi ou comprar um carro? Para o educador financeiro e autor do livro “A Receita do Bolo”, Mauro Calil, é preciso ponderar vários itens que, na empolgação da possível compra de um carro novo, passam despercebidos:

– Combustível.
– Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
– Seguro.
– Manutenção.
– Lavagem.
– Estacionamento.
– Financiamento (se houver).
– Multas.
– Desvalorização do veículo.

“Antes da decisão, é preciso levar em conta os gastos e, ainda, ter a clareza de que comprar carro não é investimento. Um carro popular sofre, em média, uma desvalorização, no primeiro ano, de 15%. Um carro de luxo, quando sai da concessionária, sofre até 40% de perda e os chineses sofrem desvalorização de 20% no primeiro ano de rodagem”, alerta Calil. Ter condições de manter o sonho e não deixar a compra virar um pesadelo é outro cuidado que o consumidor deve ter.

Linha de corte

A alta dos preços dos combustíveis gera a necessidade, para algumas pessoas, de economizar. O táxi se apresenta como uma solução, visto que o transporte público desagrada. Ao mesmo tempo, bate a dúvida sobre se vale a pena gastar dinheiro com táxi. Para tirar a dúvida entre táxi ou carro próprio, Calil recomenda uma linha de corte de 20 km, em média.

“Se o cidadão roda, somando ida e volta, até 20 km por dia, via de regra o táxi sai mais barato. Mas cada caso é um caso e é preciso analisar individualmente. O táxi apresenta algumas vantagens que não são tangíveis, como não perder tempo procurando vaga, poder falar ao celular sem não ser multado e nem colocar a vida em risco, acessar email, inclusive, de trabalho”, comenta.

Apesar das vantagens ligadas à qualidade vida, os especialistas recomendam cálculos detalhados e comparar as duas formas de transporte. Calil orienta que o indivíduo use de maneira regrada, durante pelo menos uma semana, o táxi para poder mensurar de maneira real os gastos e, em seguida, comparar com os ônus do carro próprio.

O doutorando em economia aplicada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) Elisson de Andrade disponibiliza no site Dinheirama uma planilha com download gratuito que ajuda a monitorar os gastos com o carro próprio. Basta clicar no link e baixar o arquivo em Excel.

Praticidade e conforto

A professora aposentada Marina Nascimento abriu mão do carro. “Eu estava usando o carro muito pouco, mas de tempos em tempos tinha que fazer a manutenção e gastar alguma coisa. Fora isso, não tem como ter carro na cidade do Rio de Janeiro sem seguro. Somei tudo e vi que, para mim, valia mais a pena andar de táxi, por mais que seja chato ter que esperar o motorista chegar”, relata.

Calil alerta que as famílias que vivem em lugares centrais devem ter um carro. “As pessoas precisam racionalizar o uso do carro. Vale mais a pena ter um carro novo de uma categoria melhor do que ter, na mesma família, dois ou três carros antigos, que demandam gastos permanentes como manutenção, impostos e seguro”, afirma.

 

 

23/11/2011
- PREVI
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