Brasileiro está mais maduro em relação à vida previdenciária

Brasileiro está mais maduro em relação à vida previdenciária

 No Brasil, as questões da estabilidade econômica, do controle da inflação, das taxas de juros e até da longevidade sofreram mudanças ao longo dos últimos anos. Essas transformações afetam o dia a dia do brasileiro. Nesse cenário, a questão da educação financeira e previdenciária vem ganhando espaço.

O professor de finanças do Ibmec Nelson de Souza acredita que o brasileiro está mais maduro em relação à vida previdenciária. Os mais jovens estão vendo os pais ou avós que dependem exclusivamente da previdência oficial sofrerem perdas significativas de padrão de vida por não terem investido no futuro com a atenção devida.

“Os participantes da PREVI são um ponto fora da curva no sentido positivo, pois contam com o Fundo para a manutenção do padrão de vida. A previdência oficial está aquém da necessidade real do brasileiro. Principalmente para quem tem durante a vida laboral um salário maior, pois sofre uma perda brutal ao se aposentar”, analisa.

Para Souza, a realidade da previdência oficial e o cenário econômico brasileiro provocam um olhar mais atento sobre o tema.  “Aquela visão paternalista de que o Estado resolverá tudo está ficando de lado aos poucos. Claro que há realidades diferentes conforme as classes sociais. Quem está nas classes C e D sofre menos perdas ao se aposentar, pois a renda é mais baixa. Portanto, nesse caso, o Estado é funcional. O impacto é maior para quem está da C para cima”, comenta.

O professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Euchério Lerner Rodrigues, acredita que a economia provoca mudanças comportamentais na medida em que os brasileiros percebem que é necessário ter maior cuidado, por exemplo, com sua poupança financeira, exigindo das autoridades um maior grau de responsabilidade monetária e regras mais estáveis.

“Além disso, aos poucos, o conceito de cidadania passa a incluir a responsabilidade individual por cuidar de sua poupança e de seu futuro material. Ao invés de entregar ao governo a tarefa de garantir a poupança de seus cidadãos, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo. Creio que o brasileiro está mais consciente de que há mecanismos de poupança financeira e que a tarefa de cuidar dela cabe a cada um”, afirma.

Apesar do crescimento do mercado previdenciário, para Mauro Rochlin, professor de economia do Ibmec, a questão do consumo previdenciário ainda é uma novidade no país.

“Apesar do crescimento, uma camada restrita conta com previdência privada. Portanto, a expansão do mercado se dará à medida que outras pessoas tenham acesso aos produtos previdenciários”, comenta.

Para o professor, as mudanças acontecem aos poucos, pois também envolvem questões culturais. O aumento real do salário do brasileiro é visto pelo professor como um dos motivos que leva à reflexão sobre a questão previdenciária, por exemplo.

 

17/02/2014
- AFAGO
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