O Banco do Brasil (BB) alcançou R$ 100 milhões em vendas de créditos sob litígio, oito meses depois de criar uma plataforma digital para negociar esses ativos.
São empréstimos e financiamentos com garantia real – geralmente, imóveis – cobrados pelo BB na Justiça. Ao vendê-los com desconto, o banco deixa de ser credor e o comprador passa a ter o direito de cobrar a dívida e, se for o caso, ficar com a propriedade. O site que lista as operações foi colocado no ar em julho com 130 casos. Em novembro, o banco ampliou a plataforma com a oferta de mais mil créditos. Com isso, o volume de cessões já fechadas quintuplicou e há outros R$ 200 milhões em negociação, afirma Simão Kovalski, diretor de reestruturação de ativos operacionais do BB. Um novo lote de 2 mil operações deve entrar na plataforma em até 45 dias. "A expectativa é alcançar R$ 300 milhões em negócios até o fim do primeiro semestre", afirma o executivo. O banco vende os créditos com descontos que, em alguns casos, podem chegar a 50% do valor da dívida. Boa parte das operações se refere a créditos com garantia em propriedades rurais, mas também há terrenos e edifícios urbanos. Muitas vezes, os interessados são vizinhos ou concorrentes. Para o BB, a venda dos ativos tem reduz custos operacionais e processuais, além de liberar capital. "Dá mais agilidade", diz. Está nos planos do banco estender o modelo para créditos que tenham como garantia veículos. Porém, o BB ainda discute o formato ideal, já que são bens com depreciação rápida e os leilões já são uma forma eficiente de vendê-los.
|