BB avalia dez pequenos bancos americanos para comprar dois

BB avalia dez pequenos bancos americanos para comprar dois

Vânia Cristino

O Banco do Brasil já está com os pés nos Estados Unidos. Até o fim do ano, o BB espera fechar a compra de dois bancos regionais americanos, com agências na região de Nova York, Boston e Massachusetts e na Flórida, com agências em Miami e Orlando. O vice-presidente de Negócios Internacionais e de Atacado da instituição, Allan Simões Toledo (foto), disse que estão sendo analisados 10 pequenos bancos para a compra, num universo de 700 instituições à venda no país.

“Pretendemos atuar nos Estados Unidos à semelhança do Japão”, declarou. Simões explicou que, nos Estados Unidos, a marcaBanco do Brasil vai ficar evidente. O BB optou pela compra e não pela abertura de novas agências pela praticidade do negócio. “É mais rápido e econômico fazer as aquisições”, observou. Como no Japão, onde o BB possui sete agências e atende um universo de 125 mil clientes, nos Estados Unidos o foco são as pessoas físicas, preferencialmente os brasileiros que moram e trabalham no país. Daí a necessidade de substituir o nome dos bancos regionais pela marca BB.

A estratégia de crescimento da instituição na América Latina é outra. O foco, nesse caso, são as empresas brasileiras instaladas e produzindo nos países vizinhos. “Como se trata de pessoas jurídicas, a marca BB não precisa ficar evidente”, disse. Para atender bem as empresas brasileiras na América Latina, o BB está procurando no Chile, no Peru, na Colômbia e no Equador um negócio semelhante ao fechado na Argentina, com o Banco da Patagônia.

Olho nas empresas

Nesse novo processo de internacionalização, é evidente a mudança de postura do BB. No passado, o BB abria agências no exterior para captar recursos e financiar as exportações brasileiras. Dessa fase são os 44 pontos de atendimento presentes em 23 países. Nos últimos cinco anos, a situação mudou radicalmente. Simões conta que as empresas brasileiras não estão mais apenas vendendo seus produtos no exterior, mas produzindo, o que demanda uma estrutura diferente.

“As necessidades mudaram. As empresas brasileiras no exterior precisam de crédito, de um banco que faça a folha de pessoal na moeda local, que dê crédito para seus fornecedores. Não consigo fazer tudo isso com uma única agência no país”, ponderou. Só na Argentina, por exemplo, onde o Banco do Brasil já está há 30 anos, encontram-se hoje 250 empresas brasileiras.

 

02/09/2010
- Correio Braziliense
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