Artes – Edmo Nunes

 

 

Edmo Nunes (aposentado do Banco do Brasil desde 1989) conta com dois livros publicados de forma independente e já tem outro inédito pronto para ser lançado. As obras são de cunho regional. A primeira, “Mulheres do pecado” relata a vida de uma cidade do interior de Goiás onde o crime perpetuava sob o comando de um grupo de mulheres de vida fácil. Já o segundo livro, “Destino de um criminoso” conta a história de um menino nascido em Goiás, filho de casal retirantes nordestinos que chega na região em busca de oportunidade. Ao longo da vida, o garoto torna-se um justiceiro muito amigo de fazendeiros da região que se entrega à polícia na fase adulta e paga caro por isso. As obras, que abordam histórias do estado, se passam nas décadas de 40 e 50. 

De contador de causo a escritor 

O incentivo dos familiares foi fundamental para que Edmo se tornasse um escritor. O aposentado comenta que por toda a vida leu muito e sempre gostou de contar causos. Sua esposa e filha achavam que Edmo poderia ter sucesso escrevendo, visto que sempre foi um amante das boas histórias. Atualmente ele escreve com alguma frequência para um suplemento de O Popular, jornal de grande visibilidade de Goiânia (GO), além de se dedicar às suas produções literárias. 

Com muita simplicidade, Edmo afirma que mesmo sendo pouco letrado – não chegou a cursar faculdade – acredita que está indo bem como escritor. “A escrita representa muito. Saí do BB e fui ser fazendeiro. Até uns seis ou oito anos atrás a fazenda era minha ocupação integral. Conservei um pedaço de terra e ainda trabalho, mas nos tempos livres escrever tornou-se fundamental. Aprendi a usar o programa de edição de texto e o computador. É uma atividade muito saudável e prazerosa para mim”, relata. 

Jorge Amado é seu autor favorito. Já leu, e ainda lê, todas as obras do baiano. Edmo também gosta dos goianos Carmo Bernardes e Bernardo Elis e, ainda, do mineiro Mario Palmério. O aposentado é muito ligado ao regionalismo, histórias da zona rural e causos. 

Do que trata o próximo livro?

“Últimas bodas” também se passa na região de Goiás e aborda um triângulo amoroso, que conta com crime passional e muita perseguição. 

Quais as maiores dificuldade para produzir um livro?

Além do investimento financeiro, foi difícil encontrar quem fizesse as capas da maneira que idealizei. A tarefa de compatibilizar a arte do capista com a história contada foi árdua. Negociar com a editora e se aproximar do revisor do livro também foram desafios que passei. Mas, vencidos os desafios, o prazer de ver as obras publicadas é imenso. 

Como elege os temas dos livros? Como descobriu seu talento?

Sou oriundo da zona rural, razão do meu fascínio pelo tema. Folclore e causos são os temas que gosto. Nesse contexto, não posso dizer que eu tenha um grande talento, mas com certeza prazer e gosto pela escrita eu possuo. No banco sempre escrevi por conta do serviço. Depois, incentivado pela minha filha e pela esposa, dei meus primeiros passos e me faz muito bem. Ter um livro é extremamente prazeroso, tal qual alcançar um objetivo que tivesse em pauta durante toda vida. 

Para falar com o aposentado, basta escrever para [email protected].

10/03/2014
- PREVI
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