O Sindicato dos Bancários de Bauru entrou com ação contra o "ACORDO"…. Se sair a liminar, adeus votação…
Sindicato de Bauru ajuíza ação contra plebiscito da Previ
Acordo sobre Plano 1 da Previ só é bom para o BB, que se apropriará de R
$ 7,5 bilhões indevidamente – 1/12/2010
Um grande conluio! Essa é a melhor expressão para o acordo fechado às
escuras sobre a destinação do superávit do Plano 1 da Previ — o fundo
de pensão dos trabalhadores do BB.
Com a participação da Contraf/CUT, ANABB, do ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, e da direção do banco, foi negociada a destinação de
aproximadamente R$ 7,5 bilhões da reserva especial aos associados, sendo
que cada um deverá receber de imediato 2,4 benefícios.
No caso dos benefícios temporários, o pagamento será feito enquanto
durar a reserva — a estimativa é que dure seis anos. O acordo beneficia
33.732 funcionários da ativa e 67.722 aposentados pertencentes ao Plano
1 da Previ. Outros R$ 7,5 bilhões serão repassados para o BB, que é o
copatrocinador do fundo.
Esse acordo foi fechado, inclusive, com o aval da nova direção da Previ,
que era contrária às apropriações que o BB já vinha realizando nos
cofres do fundo.
A direção do BB tem urgência em fechar um acordo do superávit. Isso
porque há cobranças do "mercado" para que o banco regularize as
contabilizações que já somam R$ 14,5 bilhões. Essas cifras têm impactado
significativamente os balanços da empresa. Porém, continuam sendo alvo
de vários questionamentos jurídicos, já que se contrapõem à Lei
Complementar 109. Além disso, o acordo prevê que o BB se exima das
contribuições por mais três anos. Ou seja: o banco ganha de todas as
formas.
Por que o BB não tem direito ao superávit?
Se existe superávit é porque os salários foram arrochados e as perdas
salariais dos funcionários do BB chegam a 78%, levando-se em conta os
últimos 20 anos. Em função disso, os benefícios são cada vez menores.
Quando o bancário da ativa se aposentar, vários direitos desaparecerão,
como o auxílio alimentação, a PLR, e, agora, o plano odontológico.
Grande parte dos ativos da Previ é de risco, e os resultados dos últimos
anos vêm do ganho especulativo. Permitir que o BB se aproprie de 50% do
patrimônio do funcionalismo significa tornar o futuro dos bancários cada
vez mais incerto.
Votação antidemocrática
Como num passe de mágica, os cutistas querem submeter o acordo aos
funcionários em poucos dias, sem qualquer debate e esclarecimentos, sem
qualquer espaço para opiniões divergentes. Isso já ocorreu em 1997, 2005
e em 2007, quando a troca do superávit se deu por benefícios que sequer
foram implementados, como a aposentadoria antecipada às mulheres (45
anos).
Os que defendem esse acordo desastroso irão chantagear o funcionalismo
com o mesmo argumento do "melhor acordo possível", assim como na reforma
estatutária da Cassi que estabeleceu a coparticipação.
Resistência
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/Conlutas ajuizou ontem, dia
30, ação pleiteando o cancelamento do plebiscito que deve ocorrer entre
os dias 9 e 15 de dezembro.
O Sindicato entende que em apenas dez dias não é possível avaliar
corretamente a proposta produzida pelo banco junto com as entidades
sindicais pelegas. Entende também que a apropriação desse dinheiro por
parte do Banco do Brasil é ilegal, pois fere a Lei Complementar 109.
"A aprovação deste acordo significa abrir um precedente perigoso;
estaremos dando aval para que o banco continue com essa política de
apropriação indébita", afirma Paulo Tonon, diretor do Sindicato e
funcionário do BB.