A proposta dos representantes do Corpo Social na direção da Caixa de Assistência

 Os dirigentes eleitos da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil divulgaram nesta sexta-feira 10 a décima edição do boletim Prestando Contas Cassi, na qual apresentam suas propostas para a sustentabilidade da entidade, que incluem o equacionamento do déficit financeiro do Plano de Associados e medidas que vão da gestão à ampliação do Sistema Integrado de Saúde. 


Veja aqui
 o boletim em pdf, que está disponível na seção Publicações do sitewww.contrafcut.org.br para que os sindicatos possam imprimir e distribuir nas suas bases. 

A Cassi fechou o exercício de 2014 com um déficit de 108 milhões, resultado consolidado do Plano de Associados (déficit de 177 milhões) e dos Planos Cassi Família I e II (superávit de 68 milhões). Isso não foge do que acontece com todo o setor de saúde, que movimenta mais de R$ 100 bilhões ao ano e enfrenta grave crise de sustentabilidade.

Medidas estruturantes

Para se alcançar o equilíbrio e a sustentabilidade na Cassi, os dirigentes eleitos defendem a extensão para o conjunto dos associados do Modelo de Atenção Integral à Saúde, baseado na Estratégia Saúde da Família (ESF). O modelo é conhecido como Sistema Integrado e tem referência nos modelos mais exitosos no mundo, como o canadense e o inglês.

O programa, conhecido como Excelência no Relacionamento, foi entregue ao Banco do Brasil em dezembro passado e é constituído de iniciativas estratégicas com cinco eixos estruturantes:

1- Aperfeiçoamento dos mecanismos de regulação.

2- Gestão da rede de prestadores.

3- Acesso qualificado através do Sistema Integrado de Saúde.

4- Gestão integrada de informações de estudos estatísticos e atuariais.

5- Aperfeiçoamento dos processos orientados ao Sistema de Saúde Cassi.

"As mudanças estruturantes têm fases distintas de implantação e piloto do Sistema Integrado de Saúde em duas localidades, fazendo mapeamento e estudos epidemiológicos de toda a população Cassi, disponibilizando equipes multidisciplinares da ESF em CliniCassis adequadas ao número de participantes e com rede referenciada e credenciada de qualidade", explicam os eleitos no boletim divulgado nesta sexta-feira. 

"O modelo trabalha com a perspectiva de redução da sinistralidade (relação das receitas x despesas assistenciais). Após validação nas duas localidades implantadas, a extensão às demais bases seria mais rápida porque os demais eixos estruturantes já estariam em funcionamento. A implantação dos eixos de regulação, gestão de rede e estudos e indicadores têm efeito imediato e contribuem para redução de despesas e otimização no uso dos recursos financeiros já a partir de 2017", acrescentam os representantes dos associados na gestão da Caixa de Assistência.

E concluem: "O projeto está precificado em parceria com o Banco do Brasil e a previsão é de um investimento em 5 anos de R$ 150 milhões e um retorno em economia da ordem de R$ 950 milhões, o que traria o equilíbrio do novo modelo inclusive para a extensão às demais localidades".

Equação do déficit

Para solucionar o déficit do Plano de Associados, o Banco do Brasil propôs em dezembro que o Corpo Social aumentasse em 50% o valor de suas mensalidades, o que daria uma receita nova anual para a Cassi de cerca de R$ 300 milhões. 

A proposta dos dirigentes eleitos, ao contrário, é que o BB faça duas contribuições extraordinárias do mesmo valor, de R$ 300 milhões, em 2015 e 2016, para que as iniciativas estratégicas estruturantes sejam implantadas em suas primeiras fases, o que já garantiria uma economia de R$ 165 milhões até 2017.

"Com o novo modelo em funcionamento após as fases estruturantes implantadas em 2015/16, e com a redução da sinistralidade nas localidades dos pilotos do Sistema Integrado de Saúde, a Cassi passará a administrar receitas e despesas em novos patamares, favorecendo com isso os dois patrocinadores, Banco do Brasil e Corpo Social", avaliam os dirigentes eleitos no boletim Prestando Contas Cassi nº 10.

"Essa proposta dos eleitos, por ser extraordinária e não de aporte definitivo, não gera a obrigação alegada pela direção do banco de cumprir a CVM 695 em fazer provisões no balanço do banco por obrigações passivas relativas aos aposentados", concluem.

Divulgação do boletim

Os eleitos da Cassi solicitam às entidades sindicais e representativas do funcionalismo do BB que divulguem o boletim em seus portais na internet e em suas bases de representação.

20/04/2015
- Contraf-CUT
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