A inadimplência do consumidor cresceu 1,7% em novembro, na comparação com outubro, segundo dados da Serasa Experian divulgados ontem. O aumento é o segundo após quatro quedas seguidas. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2012, o índice caiu 1,5%. Houve queda também na relação anual – novembro deste ano contra o mesmo mês do ano passado -, com declínio de 10,3%. Segundo economistas da Serasa Experian, o resultado pode ter sido motivado pelo aumento do custo financeiro das dívidas, que foi determinado pelas altas subsequentes das taxas de juros em 2013.
RESPONSÁVEIS
Ainda de acordo com a Serasa, as maiores responsáveis pelo crescimento da inadimplência foram as dívidas não bancárias (assumidas pormeio de cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água etc.) e as junto aos bancos. Em novembro, a primeira cresceu 4,6% e a segunda, 0,9%. Por sua vez, os cheques sem fundo apresentaram diminuição de 8,5%. Apesar do número de dívidas não bancárias ter crescido, seus valores médios caíram 3,9% de janeiro a novembro de 2013, em relação ao mesmo período do ano passado. Os valores passaram de R$ 330,84 para R$ 317,92. Já os cheques sem fundos e as dívidas com os bancos registraram alta de 8,2%. Também houve queda na quantia referente aos títulos protestados (-4,2%). Na semana passada a Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), que administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), divulgou o resultado da inadimplência referente a novembro no DF, que ficou em 4,5%, o menor índice do ano.
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» O presidente da CDL-DF, Álvaro Silveira Júnior, explica que os brasilienses estão preocupados em ter o nome regular para poder comprar neste fim de ano. "Diversos consumidores utilizaram parte do 13ª salário para quitar dívidas. Tivemos grande movimento nos balcões do SPC".
» Outro fator de influência na queda da inadimplência no DF é o crescimento da empregabilidade. O nível vem crescendo desde outubro com as contratações temporárias para o varejo. "Os brasilienses estão pagando as dívidas passadas para depois sair às compras ", explica Álvaro Jr.
Comércio preocupado
Após três altas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio caiu 2,3% em novembro, de acordo com a Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio- SP). Segundo a entidade, os empresários estão insatisfeitos com o momento da economia e de seus negócios. O setor demonstra preocupação com a inflação, que se mantém alta e afeta o ritmo de vendas. Os três subíndices que compõem o indicador apresentaram queda em novembro. O que mede as condições atuais do empresário do comércio teve queda de 5,6% – recuo influenciado pela menor satisfação do empresário em relação à economia, que caiu 10,5%. Outro subíndice, focado na expectativa do empresário do setor, diminuiu 1,5%. O terceiro, que mede a intenção de investimento do empresário, recuou 0,7%. Amaior influência negativa nesse último subíndice foi o quesito que mede a intenção de contratar mais funcionários, que teve queda de 2,3%. |