Integrantes da ala política do governo esperam para os próximos dias a sanção da lei aprovada pelo presidente Michel Temer que permite a capitalização de até R$ 15 bilhões da Caixa Econômica Federal com recursos do FGTS.
Segundo uma fonte do governo envolvida nas negociações da proposta, a operação deverá ser aprovada "num prazo muito rápido" após a sanção do presidente. A fonte informou que a costura política já foi feita no Conselho Curador do FGTS para aprovação do empréstimo à Caixa com recursos do fundo. O empréstimo funciona como uma espécie de capitalização. A proposta terá que ser aprovada também pelo Conselho de Administração do banco, presidido pela secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. Com mais recursos, a Caixa terá condições de emprestar mais ao longo de 2018, ano de eleições. Assim como o Banco do Brasil, a Caixa tem feito empréstimos aos Estados, o que tem provocado uma "ciumeira política". A disputa pelos recursos da Caixa gerou polêmica depois que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu que a concessão de empréstimos estaria sujeita ao apoio na votação da Reforma da Previdência em fevereiro. A operação de socorro à Caixa com recursos do FGTS, contudo, sofre resistências do Tesouro Nacional. Mesmo com a votação no Congresso Nacional que deu aval a um socorro de até R$ 15 bilhões para a Caixa, a realização da operação ainda não está garantida. O Tesouro espera a posição do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a regularidade da transação, que vai transformar dinheiro dos trabalhadores depositado no FGTS em capital do banco. Sem a capitalização, a Caixa corre o risco de ter de puxar o freio na concessão de crédito para não descumprir normas internacionais de proteção bancária. A instituição está hoje muito perto dos limites dessas normas. O projeto de socorro aprovado pelo Congresso foi desenhado pelas lideranças do governo em prazo recorde para dar fôlego ao banco para continuar emprestando em 2018. O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, disse que aguarda a sanção da lei pelo presidente Michel Temer – mas, já contando com o capital novo, anunciou que está elevando de 50% para 70% a cota de financiamento para a compra de imóveis usados.
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