Pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) entre médicos do estado aponta que 80% deles recebem visita dos representantes de laboratórios e metade admite receitar os remédios sugeridos pelos fabricantes. A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo no dia 31 de maio.
Segundo o jornal, dos 600 profissionais entrevistados, 71% aceitam equipamentos médico-hospitalares indicados pela indústria. Além disso, 93% deles disseram ter recebido produtos, benefícios ou pagamentos da indústria nos últimos 12 meses, no valor de até R$ 500, e 37% receberam agrados com valores superiores.
Ouvido pela Folha, o Cremesp se manifestou contra a atitude dos médicos “por ferir a ética da profissão” e disse que o relacionamento entre os profissionais e a indústria farmacêutica e de medicamentos “é contaminado”. Os médicos entrevistados durante a pesquisa pensam diferente: 62% deles veem essa relação com os propagandistas dos laboratórios e indústria de equipamentos de forma otimista e para 73% dos entrevistados o apoio da indústria de medicamentos e de equipamentos é importante para a realização de congressos científicos.
As indústrias farmacêuticas se defenderam dizendo que seus códigos de conduta são rigorosos e que os abusos cometidos são punidos.