Investimentos ao alcance de todos

                                                               

 

 

A classe C cresceu 25% nos últimos oito anos, graças à estabilidade financeira do país. Recursos como o controle da inflação, o aumento do salário mínimo, a diminuição da taxa de desemprego e os benefícios sociais foram responsáveis pelo destaque desta classe, que hoje compreende cerca de 100 milhões de brasileiros. Entretanto, uma pesquisa realizada pelo Ibope Mídia, publicada em 5/10, apontou que, ainda que o consumo dessa classe socioeconômica tenha crescido, tanto no varejo quanto no mercado imobiliário, 39% não entendem sobre finanças e investimentos. Essa falta de conhecimento desperta a atenção de economistas e estudiosos da sociedade brasileira, que procuram entender o fenômeno.

Para o economista Leonardo Deeke Boguzewski, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná e gestor de renda variável do Paraná Banco, a classe C não é uma exclusividade neste dado. “Creio que há um desconhecimento geral por parte de todas as camadas socioeconômicas da população, mesmo entre algumas pessoas de classes mais altas, pois muitas delas são herdeiras de bens ou investimentos fixos e seguros. E, dessa maneira, não saberiam manter o padrão de vida caso dependessem desse tipo de informação sobre investimentos e finanças”. Segundo ele, isso se deve, principalmente, a uma lacuna na formação escolar das crianças, que não têm uma disciplina específica para tratar do assunto, além da falta de informação dos pais, que também não dialogam com os filhos nesse sentido.

Planejamento é a palavra-chave

Boguzewski acredita que é possível fazer um investimento e um planejamento, independentemente do tipo de profissional e do salário que recebe. “É importante que as pessoas saibam o que elas querem, mas principalmente devem ter consciência do próprio dinheiro. Saber o quanto ganham e o quanto podem gastar é fundamental para controlar as receitas”, afirma. E ressalta que, desta forma, todos têm a capacidade de gerar um excesso de caixa para saldar dívidas e fazer investimentos. O economista dá uma dica: “é sempre bom guardar o montante desejado antes de saldar as dívidas do mês, caso contrário sempre haverá um gasto extra que reduzirá o valor poupado ao final”.

Planejar o futuro também deve ser algo a ser considerado. “Se analisarmos a atual conjuntura brasileira, é fácil perceber que investir em previdência privada é fundamental. A previdência pública não assegurará o padrão de vida para a maioria das pessoas”, esclarece Boguzewski. “Algumas previdências têm a opção de desconto em folha, o que garante aquele princípio de poupar antes dos gastos, o que força uma disciplina e o cumprimento desse investimento”, acrescenta. Para um bom pé-de-meia, ele sugere que é preciso deixar o dinheiro trabalhar e usar os juros a favor do investidor: “Ao invés de pagar juros altíssimos saldando dívidas de empréstimos, a pessoa pode desfrutar desses mesmos juros investindo seu dinheiro em fontes rentáveis”. A melhor opção, na opinião do economista, é a bolsa de valores, mas ele adverte: “não se pode encarar a bolsa como uma espécie de cassino e sim como um investimento a longo prazo, como a previdência. Há riscos como qualquer investimento e, por isso, é preciso estudo e planejamento”.

 

14/10/2010
- PREVI
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