Os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef – dos funcionários do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, respectivamente – vão participar do projeto do trem-bala, que ligará as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. O aporte, que pode chegar a R$ 1,5 bilhão por uma fatia de até 20% do trem-bala, será feito por meio da Invepar, holding de infraestrutura e logística com tem como acionistas as três fundações, além da construtora OAS. Contudo, a Invepar não participará do processo de concorrência para a construção do trem de alta velocidade (TAV). De acordo com Wagner Pinheiro, presidente da Petros, a holding oferecerá seus recursos apenas no fim da disputa, depois que for anunciado o consórcio vencedor. Na ocasião, os ganhadores definirão se precisam dos recursos e em qual montante. Esse é um modelo parecido com o usado na usina de Belo Monte. "É melhor garantir a entrada no fim do processo do que abrir uma disputa dos consórcios pelo dinheiro dos fundos de pensão", diz Pinheiro. Os consórcios interessados na licitação deverão entregar os envelopes com as propostas até dia 29. A sessão pública do leilão acontecerá em 16 de dezembro. O projeto do trem-bala está estimado em cerca de R$ 35 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar no máximo R$ 19,9 bilhões, sendo que há uma limitação a 60,3% do investimento total ou 80% dos itens financiáveis pelo banco. Os sócios privados devem entrar com cerca de R$ 7 bilhões. O R$ 1,5 bilhão que pode ser injetado pelos fundos de pensão será desembolsado ao longo de cinco anos. O interesse dos fundos no trem-bala já estava claro havia alguns meses. Em maio, a Previ anunciou que alguns diretores da Invepar iriam ao Japão para conhecer um projeto da Mitsui. A entrada no TAV também vai ao encontro dos planos de expansão de negócios da Invepar. Até 2015, a empresa pretende investir até R$ 4 bilhões em concessões de rodovias, transportes urbanos para passageiros, portos e privatização de aeroportos. Hoje, a Invepar controla o Metrô do Rio, a Linha Amarela, ambos no Rio, e as concessões rodoviárias Auto Raposo Tavares, no interior de São Paulo, e BA-093, na Bahia. "O que motiva o investimento dos fundos de pensão em projetos como o trem-bala é o fato de gerarem um fluxo de caixa constante. O retorno pode não ser o mais elevado, mas é uma alternativa aos títulos públicos", diz Pinheiro.
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