BRASÍLIA e RIO — A presidente Dilma Rousseff deu na sexta-feira o último passo para encerrar a disputa de poder na cúpula do Banco do Brasil (BB) e da Previ, demitindo o presidente do fundo de pensão, Ricardo Flores. Para seu lugar, foi escolhido o vice-presidente de Varejo do Banco do Brasil, Dan Conrado. No entanto, Flores será realocado em grande estilo. Segundo fontes, foram oferecidos três cargos ao dirigente: a presidência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o comando da Brasilprev (empresa de previdência privada, da qual o BB é um dos sócios) ou o posto mais alto da Invespar, empresa controlada por fundos de pensão, entre eles, a Previ.
Executivo é funcionário de carreira do Banco do Brasil Dan Conrado foi indicado pelo presidente do BB, Aldemir Bendine, para completar o mandato atual na Previ, o maior fundo de pensão da América Latina, que vai até 2014. Conrado nem chegou a completar um semestre na vice-presidência do BB. Foi nomeado no fim do ano passado para substituir Allan Toledo, cuja demissão, em dezembro de 2011, desencadeou a crise.
Conrado é funcionário de carreira do BB e ganhou destaque na cúpula da instituição por ter realizado um trabalho eficiente na aquisição da Nossa Caixa. No entanto, internamente, ele também é associado ao ex-vice-presidente de Governo Ricardo Oliveira, demitido há dez dias por determinação da presidente Dilma. Para o Palácio do Planalto, pesam sobre Oliveira suspeitas de vazamento de informações reservadas para atingir adversários na cúpula do BB. Por isso, ele não será realocado em posto público.
Uma corrente dentro do governo viu na ascensão de Dan Conrado uma espécie de sobrevida de Oliveira, que já foi considerado o homem mais poderoso não apenas na instituição, mas também no governo.
Flores deixará o comando da Previ no início de junho. Ele é ainda presidente do conselho de administração da Vale, segunda maior mineradora do mundo, mas deve ser destituído do cargo assim que o novo presidente da Previ tomar posse. Antes de ir para a fundação, Flores era vice-presidente de Crédito do BB. O executivo, de 48 anos, iniciou sua carreira no BB aos 14 anos, no programa Menor Aprendiz.
