Alguns minutos de distração durante uma transação bancária, realizada pela internet durante o final de semana, resultaram em um prejuízo avaliado em R$ 10 mil na conta da professora universitária Raquel Parmegiani.
A paulista que vive em Maceió viu a conta bancária ser praticamente zerada após ser direcionada para uma página clonada de autoatendimento do BB (Banco do Brasil).
Segundo ela, uma série de fatores contribuíram para o golpe. Primeiro a página verdadeira travou e a rackeada abriu solicitando dados de segurança e senhas.
Depois, uma pessoa se identificando como como funcionário do banco ligou informando que a conta estava aberta devido ao problema do site, e que ela deveria ir até o caixa eletrônico fazer um procedimento para bloquear o acesso de terceiros.
Ao seguir no caixa eletrônico o passo a passo solicitado pelo falso funcionário, a professora viu a série de saques, transferências e pagamentos com retiradas de dinheiro de sua conta.
“Eu achava que se tratava de um procedimento de segurança. Afinal, o banco possui todos os meus dados. Só que o pior foi que, ao perceber o golpe, liguei para o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) do Banco do Brasil e mesmo conversando com um atendente ele expôs que não havia como bloquear minha conta", disse Raquel.
"Neste curto espaço de tempo, o fraudador realizou saques, transferências e pagamentos de boletos de IPVA", expôs a vítima, ao relatar o desespero que viveu ao ver o dinheiro sendo roubado diante da burocracia estabelecida pelo banco que não dava opção para que ela bloqueasse a conta.
“Depois de toda a situação, ao procurar o Banco do Brasil na segunda-feira (4), fui informada que teria que abrir um procedimento pela minha agência de origem, que fica no interior do São Paulo, para fazer o bloqueio. Meu pai vem resolvendo esse problema comigo por procuração. Até que tudo seja resolvido, o banco me pediu paciência e reconheceu falhas na segurança deles”, expôs a professora que, ao registrar o Boletim de Ocorrência e conversar com gerentes do BB, tomou conhecimento de outros casos semelhantes de golpes praticados via transação on-line.
Banco do Brasil
A assessoria do Banco do Brasil informou que os clientes que identificarem qualquer irregularidade na sua conta devem entrar em contato com o atendimento do banco ou procurar uma agência mais próxima. No caso de roubo ou crimes como o da professora Raquel, é preciso fazer um boletim de ocorrência e formalizar uma carta para ser apresentada ao gerente do banco.
Em posse do boletim de ocorrência e da carta, a pessoa deve procurar a sua agência para denunciar a fraude. Ainda segundo a assessoria, nesse caso específico, a professora deve ter acessado uma cópia da página do Banco do Brasil, facilitando a fraude.
Sobre os telefones de atendimento aos clientes, o Banco do Brasil garantiu que eles funcionam 24 horas por dia e durante toda a semana. A assessoria disse ainda que os serviços de bloqueio de cartão podem ser feitos pelo telefone.
Recomendação
De acordo com o delegado da Polícia Federal Antônio Miguel, crimes envolvendo instituições financeiras são comuns. O caso da professora Raquel chamou a atenção porque ela deve ter acessado outra página e, mesmo com todos os cuidados que ela afirmou ter tido, caiu no golpe.
“Pelo que ela está relatando, deve ter clicando em um link que deve ser uma cópia da página do banco. Inocentemente, ela desbloqueou algumas ações que impediam que o criminoso pudesse atuar”, afirmou o delegado.
Ainda segundo o delegado, é preciso ter atenção redobrada quando for acessar contas bancárias pela internet ou celular. “Os sites dos bancos são 100% seguros, os problemas são as páginas criadas por hackers que induzem as pessoas a caírem na fraude”, disse.
O delegado aconselha que, assim que for comprovada a fraude, o cliente deve procurar uma delegacia para a confecção do boletim de ocorrência. Em seguida, deve procurar a sua agência bancária para comunicar a fraude.