A parcela de famílias brasileiras endividadas aumentou em abril. O mesmo aconteceu com a inadimplência, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em ambos os casos, as famílias com renda de até dez salários mínimos mensais lideram a alta.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quinta-feira pela CNC, mostrou que o percentual de famílias que declaravam ter algum tipo de dívida passou de 61,2% em março para 62,9% neste mês. No mesmo período do ano passado, 56,8% estavam endividadas.
De acordo com a economista da CNC, Marianne Hanson, a alta no endividamento é motivada pela redução nos juros bancários, que ocorreu em 2012 e no início deste ano. "As menores taxas serviram como um incentivo a tomar empréstimos", diz.
Para a economista, o aumento também é causado pelos gastos extras de início do ano. "Com o aumento de despesas com impostos e materiais escolares, muitas famílias recorrem ao crédito", afirma.
Para quem ganha até dez salários mínimos, o percentual de famílias com contas a pagar alcançou 63,8% em abril, ante 61,9% em março e 57,9% em abril de 2012.
Para aquelas com renda acima de dez salários mínimos, o percentual passou de 57,1%, em março, para 58,5% em abril. Em abril de 2012, a parcela era de 48,7%.
INADIMPLÊNCIA
Quando à inadimplência, a pesquisa apurou que o percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou, passando de 19,5% em março para 21,5% em abril.
O consumidor endividado é aquele que possui parte de sua renda comprometida com o pagamento de dívidas, mas consegue manter as contas em dia. Já o inadimplente é o que não consegue quitar suas dívidas, e acaba com o nome incluído em serviços de proteção ao crédito.
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