Fundos brasileiros nos mercados de capitais internacionais

 

Prezados,
Entidades fechadas de previdência complementar vão estrear no próximo
trimestre nos mercados de capitais internacionais, apostando em ações de
grandes empresas listadas nas bolsas americanas e européias

*Vanessa Correia*

No próximo trimestre, um grupo de 14 fundos de pensão brasileiros vai
destinar parte de seus investimentos para o mercado internacional de
capitais usando pela primeira vez a Resolução nº 3792, criada em 2009
peloConselho
Monetário Nacional (CMN) e até agora intocada pelas maiores fundações do
pais. A iniciativa ainda é tímida e juntos esses fundos, que tem patrimônio
superior a R$ 200 bilhões, vão aplicar menos de R$ 1 bilhão no exterior.

A regra permitiu que, a exemplo de diversos fundos de aposentadoria
mundiais, essas fundações aplicassem seus recursos no exterior, mas como
exige investimento em bloco dificultou a sua utilização. Liderados pelaPrevi
, Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras), Funcef(da Caixa
Econômica Federal), Valia (da Vale), os fundos de pensão iniciaram a
reunião dos participantes em abril. De lá para cá, as entidades sinalizaram
com quais assets gostariam de trabalhar e, desde então, o trabalho de
criação do fundo de investimento avança. "Vai ser bom para a indústria ter
o primeiro investimento no exterior de fora de forma organizada", diz René
Sanda, diretor de investimentos do maior fundo de pensão da América Latina.

Algumas fundações também precisam alterar suas políticas de investimento, a
fim de viabilizar a aplicação. Não é o caso da Previ, cujo documento
permite que a entidade fechada de previdência complementar invista até 0,3%
do patrimônio líquido do Plano 1, o mais antigo, no exterior. "Apesar de o
nosso limite ser de 0,3%, temos como alvo 0,2% do patrimônio líquido, o que
daria algo em torno de R$ 350 milhões. Mas é claro que não faremos um único
movimento. O objetivo é investir aos poucos, e com cautela e a previsão é
que aconteça entre agosto e setembro", segundo Antônio Benevides, gerente
executivo de mercado de capitais da Previ.

A idéia é que esses fundos, constituídos no Brasil, invistam em ações de
empresas de grande porte, tanto americanas quanto européias. E,
principalmente, não correlacionadas com o Ibovespa. Caso contrário, não faz
sentido investir no exterior com o objetivo de diversificar o portfólio.

As incertezas quanto à retirada dos estímulos econômicos pelo Federal
Reserve (Fed) não devem afetar os planos dos fundos de pensão em investir
no exterior. Pelo contrário. Essa sinalização indica que a economia
americana tem condições de andar com as próprias pernas, o que reforça as
apostas das entidades. "Não estamos to mando uma decisão momentânea, de
investir e sair do país de acordo com as condições de mercado. As
aplicações no exterior vieram para ficar", diz Benevides.

—-

Grupo liderado pela Previ, Petros, Funcef e Valia, junto as gestoras de
recursos, iniciaram o processo de viabilização dos investimentos fora do
pais em abril deste ano

24/06/2013
- AFAGO
WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn